terça-feira, outubro 30, 2007

We Almost Lost Detroit


It stands out on a highway
like a Creature from another time.
It inspires the babies' questions,
"What's that?"
For their mothers as they ride.
But no one stopped to think about the babies
or how they would survive,
and we almost lost Detroit this time.
How would we ever get over
loosing our minds?

Just thirty miles from Detroit
stands a giant power station.
It ticks each night as the city sleeps
seconds from anniahlation.
But no one stopped to think about the people
or how they would survive,
and we almost lost Detroit this time.
How would we ever get over over
loosing our minds?

The sherrif of Monroe county had,
sure enough disasters on his mind,
and what would karen Silkwood say
if she was still alive?
That when it comes to people's safety
money wins out every time.
and we almost lost Detroit
this time, this time.
How would we ever get over over
loosing our minds?

You see, we almost lost Detroit that time.
Almost lost Detroit
that time.
And how would we ever get over...
Cause odds are,
we gonna loose somewhere, one time.
Odds are
we gonna loose somewhere sometime.
And how would we ever get over
loosing our minds?
And how would we ever get over
loosing our minds?
Didn't they, didn't they decide?
Almost lost Detroit that time.
Damn near totally destroyed,
one time. Didn't all of the world know?
Say didn't you know?
Didn't all of the world know?
Say didn't you know?
We almost lost detroit...

quarta-feira, outubro 24, 2007

o ignaro

Com vista à conferência que terá lugar amanhã e depois na Fundação Calouste Gulbenkian, faço uma busca por "teoria das cordas" no Wikipedia. Surge-me o seguinte:

"A Teoria das cordas (ou teoria das supercordas) é um modelo físico cujos blocos fundamentais são objetos extensos unidimensionais, semelhantes a uma corda, contrariamente aos pontos de dimensão zero (partículas) que eram a base da física tradicional. Por essa razão, as teorias baseadas na teoria das cordas podem evitar os problemas associados à presença de partículas pontuais (entenda-se de dimensão zero) em uma teoria física, como uma densidade infinita de energia associada à utilização de pontos matemáticos. O estudo da teoria de cordas tem revelado a necessidade de outros objetos não propriamente cordas, incluindo pontos, membranas, e outros objetos de dimensões mais altas."

Num parágrafo mais à frente:

"Trabalhos na teoria das cordas têm levado a avanços na matemática, principalmente em geometria algébrica. A teoria das Cordas tem também levado a novas descobertas na teoria da supersimetria, que poderá ser testada experimentalmente pelo Grande Colisor de Hádrons."

Carrego no link para "Grande Colisor de Hàdrons" (é um nome excitante não? quase fálico):

"Grande Colisor de Hádrons (ou LHC, de Large Hadron Collider) é um acelerador de partículas localizado no Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear - CERN (...) ao invés de colidir pósitrons e elétrons, a colisão será entre prótons. A energia total de colisão entre dois prótons será de 14 TeV. Com esta energia, espera-se observar traços do Bóson de Higgs, se estes efetivamente existirem."

Obviamente que carreguei em Bóson de Higgs (confesso que ainda fiquei mais excitado. Imaginei logo uma cena voyeurista em que os pósitrons e os elétrons olhavam invejosos para o estridente prazer de um casal de prótons a colidirem um com o outro há medida que o Bóson de Higgs se manifestava cada vez mais imponentemente na aurora boreal do Grande Colisor de Hádrons). Apareceu isto:

"Todas as partículas conhecidas e previstas são divididas em duas classes: férmions (partículas com spin da metade de um numero impar) e bósons(partículas com spin inteiro). Bóson de Higgs é uma partícula elementar escalar maciça hipotética predita para validar o modelo padrão atual de partícula."

Estou esgotado. Vou dormir a sesta.

terça-feira, outubro 23, 2007

sexta-feira, outubro 19, 2007

Silogismos Hepburnianos

A Audrey Hepburn é um ídolo para qualquer homem. Logo, é o sonho de qualquer mulher. Logo, qualquer mulher quer ser parecida com a Hepburn. Assim sendo, o melhor elogio que se pode fazer a uma mulher é dizer-lhe "tu és como a Audrey Hepburn". Qualquer adjectivo que se siga é sempre irrelevante. Trata-se portanto, de uma maneira óptima de engatar sem mentir descaradamente. Um "tu és como a A.H. vesga", ou "tu és como uma A.H. que cheira mal da boca", ou "és uma A.H. com buço", serve perfeitamente para o efeito. Eficácia comprovada.

paradoxos

Um casal, provavelmente em crise, começou a espairecer as suas ideias através de romances online. Cada um tinha um, com nomes fictícios. Passado algum tempo de romance online, acabam por descobrir que são eles mesmos quem estão apaixonados. Apaixonados online, não apaixonados in vita. Divorciaram-se.

Fico fascinado com este paradoxo. Não se amam na realidade, mas amam-se virtualmente. Divorciam-se. Agora sim compreendo a crítica que algumas pessoas fazem à facilidade com que as pessoas se divorciam hoje em dia. Verdade que eles estavam interessado em, no mínimo, dar uma escapadinha. Mas, verdade também, escaparam para os braços um do outro. O destino estava do lado deles. Eles amavam-se virtualmente. Porque é que não continuaram juntos?

Isto leva-me ainda a pensar que alguns de vocês, caros leitores (se calhar devia usar o singular), podem estar tremendamente apaixonados pela personagem que vos escreve estes textos. Peço desculpa.

quinta-feira, outubro 18, 2007

receita

Junte-se um pouco de nostalgia pelos finais do século passado. Timidez acima do normal. Falta de confiança q.b. Algum alheamento em relação ao mundo que o rodeia. Alguma arrogância intelectual pouco fundamentada. Um excessivo amor pelas artes e a metafísica. Salpique com um romantismo ébrio e temos um perfeito falhado com o sexo oposto. A experimentar.

terça-feira, outubro 16, 2007

diplomacia económica

2002: "el director de Annie Hall obtiene el Premio Príncipe de Asturias de las Artes". "Los membros del jurado resaltan su ejemplar independencia y su agudo sentido crítico, que le perfilan como un ciudadano del mundo anclado en Nueva York". "Allen inicia una relación de amor con Asturias y acude en el med de octubre a recoger el premio de manos del Príncipe Felipe, con el que a partir de ese momento le va a unir una cordial relación" que "lleva posteriormente a sua alteza y a su entonces novia (hoy esposa), Letizia Ortiz, a cenar a casa del ya matrimonio formado por Allen y Soon-Yi, en Nueva York, en un acto de carácter absolutamente privado". 2003: "el Ayuntamiento de Oviedo decide erigirle una estatua en la calle de las Milicias Nacionales, una de las más transitadas de la ciudad". 2005:"Woody acude de nuevo y se enfrenta a su imagen callejera realizada en bronce en Abril de 2005, con motivo del 25º aniversario de los premios Príncipe de Asturias". 2007: "el 6 Marzo de 2007, Allen se reúne en su despacho de Park Avenue con la prensa española en Nueva York, y confirma lo que se lleva hablando durante meses: que los españoles Penélope Cruz y Javier Bardem, junto a Scarlett Johansson, la actriz fetiche de sus últimas películas, serán los protagonistas de su nueva obra". "El 2 de Julio el director presenta el rodaje de su película en Barcelona, acompañado de la entonces ministra de Cultura del Gobierno español, Carmen Calvo, del alcalde de la ciudad, Jordi Hereu...y de varios representantes municipales. Woody define su filme como una carta de amor a Barcelona". "La película...con un presupuesto de alrededor de 20 millones de euros, tiene una aportación de un millón por parte del Ayuntamiento de la ciudad Condal". "El Ministerio de Cultura participa en la financiación através del formato amortización a taquilla...La ayuda consiste en una cantidad equivalente a un máximo del 15% de la recaudación bruta de taquilla que obtenga la película durante los 12 primeros meses de exhibición comercial". "El 14 de junio, el director estadounidense es investido doctor honoris causa por la Universidad Pompeu Fabra...la tercera persona a la que se le concede el título tras el clérigo surafricano Desmond Tutú...y el teólogoe historiador catalán Miquel Batllori".

Tudo isto são excertos de um artigo da primeira edição espanhola da revista Esquire. Allen é capa. A revista conta-nos a história de como o Estado espanhol seduziu Allen. Allen nem gostava particularmente de Espanha ao que parece. Sejamos sinceros: dúvido que Allen goste de outro sítio que não NY. Mas Barcelona vai ser palco de um filme de Allen, cravando ainda mais fortemente as sua imortalidade. Lisboa podia fazer o mesmo*.

*Sem qualquer desrespeito ao Wim Wenders.

sexta-feira, outubro 12, 2007

...

O Diário Económico de hoje, depois de uma linha sobre a recorrente ausência de uma moral firme nos negócios internacionais, dá nota positiva a Durão Barroso por este ter dito que iria confrontar Robert Mugabe com as atrocidades cometidas no Zimbabué. O mesmo diário louva a seguinte frase, proferida pelo presidente da Comissão Europeia a propósito do ditador africano: "Muitas vezes, temos que nos sentar em reuniões internacionais na companhia de pessoas com as quais a minha mãe não gostaria de me ver".

A frase é rídicula. Acho que contra isso ninguém tem qualquer objecção. Existem maneiras bem mais adultas de dizer o que se pensa da política internacional. Mais chocante, contudo, é o apreço pela moral política de alguém que sempre manteve excelentes relações com o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. Se bem me lembro, inclusivé, Durão Barroso foi convidado para o casamento da filha de José Eduardo dos Santos - convite que não recusou.

Também nunca teve quaisquer problemas em aparecer lado a lado com Dos Santos, nem nunca o ouvi a criticar o que quer que fosse sobre o estado interno de Angola. Nunca o ouvi mencionar os níveis gritantes de corrupção existentes naquele país africano. Nunca o ouvi falar da maneira como os negócios são por lá conduzidos. Nunca o ouvi falar da imensa fortuna pessoal de José Eduardo dos Santos.

É pena que o Diário Económico não se lembre disso. Entristece-me ver que continuam as palmadinhas nas costas dos Chavez e dos Dos Santos deste mundo. Se há uma moral, é para ser aplicada a todos os casos e não selectivamente. Diria eu. Ou então, que se assuma de uma vez por todas a hipocrisia.

terça-feira, outubro 09, 2007

no comments

Atento, com extremo enfado, à decorrente disputa entre fulanos mais à esquerda e cicranos mais à direita, sobre a capa da última edição da revista Atlântico, leio hoje no P2 que Che Guevara, disse, aquando do nascimento da sua filha, que esta era, e cito, "a cara chapada do Mao Tsé Tung".

terça-feira, outubro 02, 2007

o sabor da melância (2)


Curiosamente, a minha reacção ao Sabor da Melância foi deveras semelhante à reacção da minha mãe quando viu os trabalhos de Günter Brus e dos seus restantes companheiros da Wiener Aktionismus.

No MUMOK, em Viena, entrámos numa tenda com uma instalação vídeo que mostrava Brus a cortar-se e a coser-se como se de uma marioneta se tratasse. A minha mãe saiu passados dois minutos.

Quando saí, ela perguntou-me imediatamente - "Onde é que ele está?"

Eu respondi que não fazia ideia. Lembro-me de rir com a minha irmã. A minha mãe disse aquilo como se lhe quisesse dar uns açoites.

Quando saí do cinema, não procurava o autor de Sabor a Melância para lhe dar uns tabefes. No entanto, gostava de saber como é a cara da personagem demente que imaginou aquele filme.

o sabor da melância


Depois de uma noite mal dormida, ainda estou perplexo. Talvez um dia consiga escrever alguma coisa sobre o que vi ontem.