segunda-feira, abril 18, 2011

novo bite

quarta-feira, abril 13, 2011

internato

Já não tenho acesso, para enorme infelicidade minha, às poderosas bases de dados que a minha universidade britânica me dava acesso, onde podíamos encontrar tudo sobre todos os temas. Estou certo que lá poderia encontrar um estudo de impacto económico sobre a facilidade que as pessoas têm em deslocar-se para o trabalho (e do trabalho para casa) nos dias em que há férias escolares.

Há que repensar o internato.

quinta-feira, março 31, 2011

memória

Um dos grandes problemas de recordar uma parte substancial da cara das pessoas com quem não trocámos mais que duas palavras na vida é o quão insignificante uma pessoa acaba por se sentir. Ter boa memória é bom para muita coisa, mas devia vir com uma dose reforçada de autoconfiança.

Mason, Perry

Ainda no outro dia, numa festa de anos, tive a oportunidade de referir, numa conversa sobre a condição do jornalismo nacional, a quase inexistência no nosso território de peças jornalísticas profundamente elaboradas e onde é aparente a cada palavra um conhecimento profundo. Bem, mesmo que o conhecimento não seja profundo, nota-se que houve um esforço de ir além do aparente.

O exemplo que citei, por essa ocasião, foi um dos vários artigos do Perry Anderson que já vi publicados em diversas revistas, mas especialmente na London Review of Books.

O Perry Anderson tem a capacidade notável (bem como o tempo, presumo) para conseguir escrever sobre uma realidade que não vive (acho que ele não vivia em Itália quando escreveu um dos artigos que li sobre o estado da política italiana, como não deve viver no Brasil quando escreve sobre Lula da Silva). Mas, para além de escrever como espectador atento, Anderson tem a capacidade de estar a par da discussão para além do soundbyte diário dos media. Mais a mais, conhece bem o que faz pensar os principais decisores dos países sobre os quais escreve. Mais do que parecer que lá vive, parece que priva com toda a gente que constitui a cena política, literária, económica e intelectual.

Na mais recente edição da London Review of Books somos presenteados com mais um exemplo desse tipo de ensaio que tanta falta faz, na minha opinião, ao periodismo luso. Começa assim:

"Contrary to a well-known English dictum, stoical if self-exonerating, all political lives do not end in failure. In postwar Europe, it is enough to think of Adenauer or De Gasperi, or perhaps even more impressively, Franco. But it is true that, in democratic conditions, to be more popular at the close than at the outset of a prolonged period in office is rare. Rarer still – indeed, virtually unheard of – is for such popularity to reflect, not appeasement or moderation, but a radicalisation in government. Today, there is only one ruler in the world who can claim this achievement, the former worker who in January stepped down as president of Brazil, enjoying the approval of 80 per cent of its citizens. By any criterion, Luiz Inácio da Silva is the most successful politician of his time."

Podem encontrar o resto aqui. E depois digam se não parece que ele passou a vida toda ou lá ou a pensar naquilo.

quarta-feira, março 23, 2011

o país

Portuguesas e Portugueses, numa fase reconhecidamente complicada como a presente, em que a incerteza nos rodeia, em que as fundações mais básicas das nossas vidas estão a ser abaladas por uma crise política e partidária, orquestrada por gente que coloca os seus interesses individuais à frente dos interesses do país, é importante, nuclear diria, não esquecer o essencial: decorrem eleições para o Sporting Club de Portugal.

De resto, é isto.

sábado, dezembro 25, 2010

Jai Paul



Bom demais. Só uma canção deste calibre para me fazer voltar aqui. Isso e o comentário magnífico que alguém deixou no youtube:

"I saw this guy in the toilet the other day. He was standing next to me at the urinal. Get this. He wasn't pissing through a dick, not a cock, no, he was holding a orange and squeezing the juice from it into the urinal. No fucking shit. I shit you not. Seriously."

Feliz Natal para vocês e para as vossas famílias.

quinta-feira, outubro 28, 2010

pregar na era da técnica

É assustadora (ou devia ser) para qualquer ser humano a quantidade de vezes que, na televisão, sem qualquer tipo de pausa ou hesitação, economistas assumidamente reputados, normalmente professores nas melhores universidades deste país, começam as suas frases sobre o orçamento de Estado com as seguintes palavras:"agora falando num plano estritamente técnico".

Don't Walk Away

segunda-feira, outubro 11, 2010

Magadona

"Veja-se o Renato Teixeira, o cheerleader do 5 Dias, que eu pensava que tinha dezoito anos mas, afinal, já foi a Gaza. Como é que ele viajava para Gaza se não se alimentasse como um porco burguês? Estas merdas é que tornam isto tudo bonito e, crucialmente, inofensivo. Chega mesmo ao ponto de se envolver numa discussão com o Daniel Oliveira sobre viagens (nesta caixa de comentários): um que conhece Gaza, isto e aquilo, outro Iémen e aqueloutro; parece uma daquelas cenas da Manhatten do Woody Allen sobre quem é que foi a mais museus na Europa, só que aqui o que está a exposição é a miséria"

Gosto tanto disto. Eu voto neste gajo para o que ele quiser.

quarta-feira, julho 28, 2010

arroz de povo

Por via da minha cara-metade, deram entrada ontem lá em casa três livrinhos muito interessantes sobre o povo enquanto fenómeno socio-político. Fascinantes efectivamente, qualquer um dos três, não deixaram de me oferecer um sorriso. Não é todos os dias que um livro patrocinado pela fundação EDP conta, (creio que o terceiro livro, não sei bem) exclusivamente, com traduções de António Negri, Slavoj Zizek, Eric Hobsbawm, Giorgio Agamben, Michel Foucault, Alan Badiou, entre outros reconhecidos pensadores da esquerda moderna, pós-moderna, pós-socialista e não sei mais o quê. Deixo por isso aqui três vivas, uma por cada livro, à fundação EDP. E uma pergunta, claro: alguém sabe quais as posições dos autores acima referidos sobre coisas tão interessantes como o grande capital?

O José Neves e o co-editor (cujo nome infelizmente me escapa e não estou em casa) estão de parabéns. Sobre a exposição que deu origem aos livros, podem (usar o plural para me dirigir aos leitores é, no momento que este espaço atravessa, pretensioso por demais) ver mais aqui.

ps. Mais a sério, eu acho fascinante a postura completamente pró-académica adoptada por uma instituição privada como a fundação EDP. Não é todos os dias que uma empresa entrega dinheiro para propagar ideias de uns gajos que, se no poder, provavelmente nacionalizariam a empresa e converteriam todas as barragens em termas.