terça-feira, fevereiro 20, 2007

Posso-te beijar?

Eu nunca percebi muito de relações e de engates.

Sempre fui, e ainda sou de certa forma, um bocado coxo em tudo o que diz respeito ao sexo oposto.

Oscilo entre falta de confiança, ingenuidade e uma péssima interpretação de qualquer sinal ou símbolo. Nunca consigo perceber as coisas no momento, sempre apenas depois quando penso e repenso. E, mesmo aí, por vezes, ainda duvido (o que não retira a depressão de não ter aproveitado "o" momento).

Claro que falo destas coisas com os meus amigos, e eles comigo. Temos umas visões e experiências bastante diferentes sobre a vida e sobre o sexo oposto.

No que respeita aos engates, toda a gente é diferente claro. No entanto, estava a pensar no assunto (saiba-se lá porquê) e acho que sou a única pessoa que conheço que alguma vez perguntou:

- Posso-te beijar?

Isto leva-nos imediatamente para o equivalente no engate normal - o saltar á boca.

As conversas passam sempre por isto:

-E saltaste-lhe á boca?
-Blá blá blá.
-E, saltaste-lhe á boca?

Assim ad eternum.

Nunca ocorre a ninguém perguntar se pode beijar.

Claro que há momentos que são mais ou menos óbvios. Nesses, a pergunta não faz qualquer sentido – até estraga na verdade.

Mas, por vezes parece-me, a pergunta é mesmo a melhor coisa que podemos fazer, em vez de um rápido movimento com o pescoço e alguma força nos lábios para não mostrar os dentes.

O saltar á boca é sempre um acto furtivo. O consentimento vem depois. O posso-te beijar não. É uma pergunta que dispensa resposta. Um olhar basta. Um sorriso também. Umas bochechas avermelhadas também dizem qualquer coisa.

Tem tão mais piada.
Claro que não é coisa de discoteca e nem é para toda e qualquer rapariga.

Mas, quando somos complicados, preocupados e achamos que temos qualquer coisa a perder com a brusquidão de um acto que nem sempre é irreflectido, acho que a pergunta não fica nada mal.

Até porque perguntar não ofende.

domingo, fevereiro 18, 2007

Denmark


Something very good must be goin' on in Denmark.

Copenhagen especially.

Amazing music is coming out from there, and the musicians have an impeccable style.

Owusu & Hannibal are probably the best thing that happened to music in 2006. Their LP, Living with Owusu & Hannibal is an absolute masterpiece. Perfect beats, enough acoustic instruments and a beautiful, beautiful, beautiful, voice.

Perfect. Perfect. Perfect.

Yesterday I've just discovered that they are part of a bigger collective called Boom Clap Bachelors. Again very good music. I just love the beats. So smooth and sexy. You just feel like dancing - slowly of course. I'm getting old.

I leave here the links to the myspaces:

Owusu & Hannibal - www.myspace.com/owusuhannibal
Boom Clap Bachelors - www.myspace.com/bcbachelors

Diamantes

Tenho que escrever qualquer coisa sobre isto.

Irrita-me e faz-me triste apenas escrever qualquer coisa sobre isto quando volto, esmagado, por ter visto um filme.

Irrita-me e entristece-me porque é preciso ir ver um filme, ou ler o titulo, ou a sinopse, ou ouvir uma música, para me lembrar do que acontece no resto do mundo.

Não é que não me lembre. Lembro-me quase diariamente. Faz parte dos meus estudos lembrar-me. Especialmente para mim que encaro o estudo das relações internacionais como o preenchimento da minha vida como ser humano. Quero criar teorias que ajudem. Estudo relações internacionais porque quero melhorar o mundo em que vivemos. Porque sei que o podemos melhorar. Porque acredito que o mundo que temos é um mundo que criamos, e não um mundo que se tornou o que é porque assim tem que ser.

Mas, imagens valem mais que mil palavras.

Fui ver o Blood Diamond.

Achei giro. Tem um bocado de explosões e tiros a mais. Tem muita violência mas não sei se será o tipo de violência que mais me preocupa. Faz-me mais confusão as pequenas violências do dia a dia que tiroteios e cidades a arder.

Sempre pensei que Diamantes são provavelmente a coisa mais estúpida que existe á face da terra. Que pedrinhas tão inúteis. Que fútil é ter um diamante.

Não serve para absolutamente nada. Zero. Brilha. Maravilha pessoas fúteis. E mata pessoas, inocentes quase sempre.

Como é que é possível deixarmos que isto continue?

Nunca poderemos viver em paz num mundo assim.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

James Brown and James Yancey







Em 2006 morreram dois mestres da música do Século XX, James Brown and Jaydee.

A herança que deixaram vai ser uma das principais inspirações da música do Século XXI.

Estou certo.

O Reverendo Al Sharpton disse uma vez que tudo se resume a Bach, Brahms, Beethoven and Brown.

Destes todos, apenas Beethoven não tem um nome começado por J.

Se tivesse, Jaydee estaria seguramente na lista.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Guarda-Chuva

Ia eu hoje a caminho da minha Universidade passeando pelas belas vielas de Bucareste quando de repente uma enxurrada começa a descer dos carregados céus cinzentos.

Apenas tive tempo de correr para junto do primeiro telheiro que encontrei e lá decidi desembainhar o meu guarda-chuva.

Ando sempre com ele para o quer der e vier. É maneirinho e não pesa muito. Vai bem na mala e já me safou de muitas constipações.

Lá o abri. O coitado já não está nas melhores condições. Aliás, na maior parte das vezes, qualquer brisa o vira do avesso.

Mas bem, o vento não soprava forte e lá sai eu do telheiro, confiante, com o meu guarda-chuva em punho.

Quando estou a passar o cruzamento imediatamente antes de chegar á Universidade vejo uma pobre rapariga a empurrar a sua bicicleta. Estava completamente encharcada coitada. Fez-me pena.

Pensei para mim mesmo, vou perguntar se quer uma boleia aqui no meu guarda-chuva. Mas imediatamente a seguir pensei – é um bocado estranho perguntar-lhe isto.

E, como também não faltava muito para chegar á Universidade ela não ia ficar muito mais molhada. Era quase impossível coitada.

Mas de qualquer forma isto deu-me que pensar.

A quem pertence o espaço debaixo de um guarda-chuva?

Será que é só nosso? Ou teremos a obrigação, ou pelo menos o dever de o partilhar?

Não sei.

Juridicamente de certeza que não o temos que partilhar. É nosso.

Mas não sei. O espaço debaixo dele é de todos basicamente. É apenas espaço onde não chove.

Será que é mais nosso porque o guarda-chuva é nosso?

Que violência que é usar um guarda-chuva quando há gente que se está a molhar.

Acho que vou tentar dar boleia a alguém que não tenha guarda-chuva quando estiver a chover.

Pode parecer estranho, mas no fundo é simpático e bastante cortês.

Bem, que estranho.

Nunca tinha pensado nas implicações de um guarda-chuva aberto.

Até hoje...

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Video Clip

Que bom voltar
De novo,encontrar,beijar você,rever você
Risos e abraços sem fim

Dia de sol
Te ver é como um rio no verão, é carnaval
Festa, eterno reveillon.....
Você me faz tão feliz

É bom chegar e ver as nossas coisas no lugar
Esse lugar estava esperando por nós
Você me faz tão feliz

Que bom voltar,
Que bom te ver,
Que bom chegar ao nosso lugar


Ele chegava a casa dela no seu velho beatle descapotável verde. Ela já estava á espera. Não se viam há dois meses – ele tinha estado fora. Ela entrava no carro e antes de dizer qualquer coisa ele beijava-a, metia o dedo nos lábios dela e dizia-lhe para não dizer nada. Metia a música no máximo, óculos escuros, o sol a brilhar e lá iam por entre as ruas do Rio de Janeiro até chegarem ao seu lugar bem perto do Corcovado. Um cantinho onde os turistas não vão. Onde ninguém vai. É deles. A música acaba, eles sorriem um para o outro com um ar apaixonado. Vê-se o Rio em frente deles. E finalmente ele diz que a ama por linguagem gestual.

Foi este o Video Clip que eu imaginei enquanto vinha a descer aqui o pequeno monte que tenho que percorrer para chegar a casa. A cantar feito parvo aos berros..

Ed Motta - Que Bom Voltar

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Diane Keaton




É inacreditável.

Acabei de ver mais um bocadinho de um filme chamada Something's Gotta Give.

É com a Diane Keaton e com o Jack Nicholson.

Meu Deus, como eu adoro a Diane Keaton.

É linda.
Continua a ser linda.

Sempre que a vejo apaixono-me. Neste filme ela está especialmente gira.

Bem mais gira que a actriz linda que faz de filha dela.

Estou oficialmente apaixonado pela Diane Keaton.

Mr. Lazarescu ama Diane Keaton.

Quero envelhecer com uma senhora assim.

Imagino-a tão simpática e querida.




sábado, fevereiro 03, 2007

Nem vem que não tem.

Nem vem que não tem
Nem vem de garfo que hoje é dia de sopa
Esquenta o ferro, passa minha roupa
Eu nesse embalo vou botar pra quebrar
Sacudim, sacundá, sacundim, gundim, gundá!

Nem vem que não tem
Nem vem de escada que o incêndio é no porão
Tira o tamanco, tem sinteco no chão
Eu nesse embalo vou botar pra quebrar
Sacudim, sacundá, sacundim, gundim, gundá!

Nem vem, numa casa de cabloco, já disseram
Um é pouco, dois é bom, três é demais!
Nem vem, guarda seu lugar na fila
Todo homem que vacila, a mulher passa pra trás!

Nem vem que não tem
Pra virar cinza minha brasa demora!
Michô meu papo, mas já vamos'imbora!
Eu nesse embalo vou botar pra quebrar
Sacudim, sacundá, sacundim, gundim, gundá

A música ainda consegue ser melhor que a letra por incrível que pareça.

Foi tão bom passar a tarde a andar de bicicleta junto ao rio, a apanhar um solzinho e a ouvir música.
Esta ficava especialmente bem com a situação. Não sei porquê.


Wilson Simonal - Nem vem que não tem.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Ninho II

Meu Deus.

Escrevi o post anterior num computador da Universidade mesmo antes de ir para uma aula.

Estava agora a reler.
Como é estranha a utilização da palavra "pau" no início do texto.
Como pode ser mal interpretado.

Ninho

Estava aqui sentado na Universidade a estudar, bem juntinho a janela como gosto, quando de repente vislumbro um passaro a voar com um pau enorme (para o tamanho do passaro) nas patas.

O passaro e bem bonito. Ha imenso deles por aqui. Nao faco ideia qual o nome. Sao pretos, brancos e de um azul lindo, mas apenas no dorso.

O passaro deu-me que pensar. O pau so podia ter um destino. Tendo em conta que os passaros nao andam a "paulada", o gajo devia estar a fazer um ninho.

Como deve ser dificil fazer um ninho pensei. Deve ser totalmente impossivel fazer um ninho, especialmente tendo em conta que so temos como instrumento um bico e quica as patas.

Lembro-me de quando era puto ter tido um ninho na mao numa daquelas coisas que as escolinhas fazem para os putos terem contacto com a natureza.
Lembro-me que nao era uma coisa fragil. Claro que se quisesse o desfazia, mas e suficientemente forte para aguentar uma queda de uma arvore (se bem que uma serie de variaveis podem invalidar esta afirmacao).

Que maravilha da engenharia e um ninho.

Aposto que sao poucos os seres humanos que conseguem criar uma estrutura tao solida com paus de diferentes tamanhos e feitios.

Imaginem fazer um ninho com pauzinhos do mikado.

Estou maravilhado.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Pêlos

Porque é que uma pessoa tem pêlos nos ouvidos e no nariz mas não os tem na boca?

Ou melhor.

Porque é que uma pessoa não tem pelos na boca e os tem nos ouvidos e no nariz?