quinta-feira, abril 26, 2007

A Corinne...


... é que não vai ficar nada feliz.

quarta-feira, abril 25, 2007

Já vos disse...


...que a Leslie aceitou casar comigo?

segunda-feira, abril 23, 2007

Free Hugs alla Portoghesa

Free Hugs.

A primeira vez que vi isto dos free hugs foi há vários anos já num videoclip de uma música do Dave Matthews chamada Everyday.

Na altura lembro-me que achei imensa piada ao conceito.
Acho mesmo engraçado e comovente que pessoas abracem pessoas que não conhecem de lado nenhum. Mais do que o gesto em si, é o sentimento que as pessoas parecem ter, um sentimento de prazer, de irmandade, de companheirismo, que me realmente emociona.

Para mim um Free Hug quer dizer qualquer coisa como "estamos juntos no mesmo barco. Bora lá tornar isto um sitio melhor, com mais amor, mais amizade e mais respeito".

Ora, sempre que tive oportunidade de ver videos de Free Hugs o cenário era uma, duas, ou três pessoas, no meio de uma multidão em hora de ponta. Destoavam no meio de toda a gente. Eram como pequenas nuvens num dia radioso.

A minha experiência de Free Hugs cá em Lisboa foi caracteristicamente aportuguesada.
Estava eu a sair do metro do chiado, bem ressacado, a ouvir música ao berros, no meu habitual videoclip, OST do Luther Vandross (Never Too Much), quando me deparo com uma multidão de pessoas com cartazes a pedir abraços grátis.

Lembrei-me que a iniciativa era nesse dia. Abracei o primeiro. O abraço foi tão vazio que por momentos achei que ele tivesse um contador no bolso.
Abracei ainda mais um gajo que berrava desesperado por um abraço no meio da multidão.
No fim ainda abracei mais uma miúda.

Foram todos um bocado vazios os abraços. Não teve aquele sentimento.

Foi a minha experiência.

Tenho a certeza que muitos em Portugal o fizeram como eu acho que deveria ser.

quinta-feira, abril 19, 2007

Novos Elogios na Blogosfera...

Fui agora a um blog que me foi recomendado (sim, já falo de blogs, coisa que não me orgulho particularmente. Aliás, tenho uma estranha relação com a blogosfera, coisa sobre a qual irei escrever um destes dias).

O blog tem piada. É de um gajo chamado Alexandre Soares Silva.

O post mais recente que lá está é um enorme poema, onde não avisto uma rima, sobre coisas que lhe vieram à cabeça num determinado momento. No fundo, bem lá no fundo, tem a ver com a vida dos dias de hoje.

É giro o poema.

Quando fui ver os comentários, deparei-me com dois que eram particularmente caricatos. Ambos diziam qualquer coisa como:

- "Vou tatuar isso no meu pau".

É um elogio bastante sui generis.

O poema é bem grande, o que levanta (péssima palavra) desde já um enorme (péssima palavra) problema.

Vou começar a elogiar assim aqui em Portugal também.

Ah, sim, o Alexandre Soares Silva é brasileiro.

Fica aqui o blog então: http://www.soaressilva.wunderblogs.com/

sexta-feira, abril 13, 2007

Quem Quer Mudar o Mundo?


Perde a vida toda'Arte
A existência seu Engenho
Vazio da crença que posso
Mudar o Mundo que tenho



Eu.

segunda-feira, abril 09, 2007

Happiness is a Warm Gun

É a frase mais brutal que conheço.

Paleios

Dar paleio (palavra estranhíssima diga-se) é uma arte.

É algo com o qual se nasce. Pode-se adquirir mas é muito difícil. Normalmente ou se tem ou não se tem.

Antigamente, quando era mais novo, lembro-me que dar paleio (coisa para a qual não tenho muito jeito embora exista uma relação qualquer, cujas proporções ainda não domino com perícia, entre a quantidade de álcool que ingiro e a conversa que consigo ter) era sobre o melhor modo de, falando de forma economicista, nos vendermos a nós próprios.

Basicamente eu era eu. Estudava ali, ia beber uns copos acolá, o meu filme preferido era tal, a minha banda preferida era aquela, etc.

Tentava mostrar que tinha piada, que era um gajo porreiro, risonho, que tinha uns amigos com bom ar. Verdade seja dita, a fórmula era, no mínimo, extremamente falível. Chegou a ser desconcertante a falta de interesse que rapariga após rapariga demonstrava em mim.

No entanto, era assim que eu era e, se ela não se interessasse, lá passava eu para outra (que não estivesse imediatamente ao lado) na esperança que essa sim, me achasse interessante.

Hoje em dia dar paleio é algo totalmente diferente (também porque cada vez se dá menos paleio).

Hoje em dia não se tenta vender quem se é. Inventa-se uma personagem nova. É só dar largas à imaginação.

Na tentativa de fugir à monotonia que poderia (e deveria) ser estar a falar do facto de passar o dia todo sentado numa secretária à frente do computador, soa muito melhor e muito mais apelativo ser qualquer coisa entre surfista, realizador, pintor ou aspirante a qualquer coisa que pareça minimamente romântico.

Caso a "paleada" pareça mais conservadora podemos remeter para uma realidade menos virtual mas exagerada. Por exemplo, em vez de ser a merda do estagiário mal pago a recibos verdes na Deloitte, sou o partner mais novo da empresa e vivo entre o Rio de Janeiro, Lisboa, Nova Iorque e Tóquio.

De qualquer forma acontece a mesma coisa. O paleio torna-se uma mentira. É marketing enganoso. Vende-se um produto que não existe. Vive-se um filme cujo guião é escrito à medida que as personagens vão soltando as suas falas.

Durante este fim-de-semana procurei reflectir com alguns amigos e conhecidos sobre isto. Sendo a maior parte deles economistas e gestores, lá conseguiram arranjar uma perspectiva amoral que justifique o facto de a arte de dar paleio se ter tornado, basicamente, como dizer a maior tanga.

A justificação foi que como o mercado hoje em dia era mais alargado, há uma oferta mais diversificada, logo o produto tem que se posicionar diferentemente em diferentes mercados. Basicamente ajusta-se a oferta á procura disponível.

Interessante como as coisas mudam. Outros tempos.

P.S.

Já agora, se quiserem um surfista/toureiro, mordido por tubarões e colhido por touros, digam qualquer coisa.

sexta-feira, abril 06, 2007

Dúvida

Um gajo está por quem no Prison Break?

É que comecei a ver há uns dois minutos.

Estamos pelos criminosos é?

terça-feira, abril 03, 2007

A árvore, o livro, e a criança

Pt.1

Há uns anos estava na praia a tentar fazer bodyboard (sou sincero - eu tento fazer. Não faço nada daquilo. Além do mais sempre que tento dão-me cãimbras enormes nos pés e nas costas. Devia desistir eu sei. Mas é giro.) e uns gajos, mais profissionais, que estavam dentro d' água à conversa enquanto esperavam pelas ondas estavam a ter a seguinte conversa:

- Então, já vi que construíste uma barraca na praia (o que construiu a barraca na praia era o nadador salvador se não em engano).
- Ya pá. Demorou um bocado mas lá consegui. Está louca não está? Mesmo bom deixar ali as coisas e dormir ali quando tempo deixa.
- Epá, tá brutal. Quem me dera. Já tens uma cabana na praia, agora só te falta escrever um livro, ter um puto e plantar uma árvore.

Eu, que devia ter os meus 21 anos, fiquei maravilhado com aquilo - Epá, pensei eu, que objectivos de vida tão brutais. Brutais na sua simplicidade. Que obra brutal, que legado simples e ao mesmo tempo tão poderoso, e saboroso, e “preenchedor”.

Pt.2

Há pouco tempo, um grande amigo meu, confidenciou-me que ia escrever um livro. Salvo erro, fui um dos primeiros a saber. Brutal pensei. O gajo merece, escreve como poucos. No outro dia, este meu amigo, decidiu finalmente revelar á sua audiência (ele tem um blog - maisdemilvozes.blogspot.com) que ia escrever um livro. Choveram comentários de parabéns e, pelo menos um que me lembre, voltava a este assunto da trindade.

Foi qualquer coisa como – brutal, agora só te falta teres um filho e plantares uma árvore. Eu voltei a pensar, agora com 24 anos: será que ainda faz sentido? Continua a parecer-me romântico, simples, poderoso. Uma obra que ninguém me pode tirar. Crio três coisas quase eternas. Uma árvore que pode durar centenas de anos, que ficará por cá muito depois de eu morrer. Uma criança a quem, em princípio, acontecerá o mesmo - uma linha que por mim passou e à qual eu dei seguimento. Um livro que ficará para sempre, nem que seja na memória do meu filho e na daqueles que o leram e que dele gostaram.

Pt. 3

Ia hoje, no autocarro, a caminho do trabalho, quando me aparece à frente, de novo, esta trindade. O sítio onde me apareceu não podia ser mais surpreendente – pelo menos para mim.Foi na "Cidade e as Serras" do Eça. A propósito do "menino Jacinto" ter descoberto o prazer da natureza selvagem, na sua velha casa de Tormes, tão distante do seu 202 nos Campos Elísios, diz Zé Fernandes, seu companheiro e amigo:

- "Pois é um dos três grandes actos, sem os quais, segundo diz não sei que filósofo, nunca se foi um verdadeiro homem...Fazer um filho, plantar uma árvore, escrever um livro".

Até para uma pessoa sobejamente complicada para o Jacinto, alguém cuja reacção natural é procurar na ciência e na filosofia as respostas para toda e qualquer maleita ou azar, esta trindade parece ser algo que faz sentido. É uma forma de preencher a sua vida (este meu preencher, já usado mais acima, vem do fullfilled - se calhar ficava melhor realizado/a).

Pt. 4

Será então o cumprimento desta trindade a forma de se ser um "verdadeiro homem"? Alguém que cumpriu a sua missão na terra (se é que há uma - eu acho que há, e mais colectiva que individual)?

Não sei.
Nem sei se me sentiria realizado por ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Talvez seja apenas um bom denominador comum. Uma base.
Um bom cliché.

Não sei. Mas, na verdade, espero vir a fazer os três.
Parece-me um bom começo.