quarta-feira, outubro 28, 2009
só para acabar com esta merda
Steely Dan
E agora o Kanye (o vídeo original é quase tão bom como os Steely Dan mas não dá para pôr aqui):
Fagen
Digam lá se os caninos do Donald Fagen não rivalizam com os da Kirsten Dunst. De momento, este é um blog inteiramente dedicado aos Steely Dan. Continua aberto o concurso de me enfiar uma pêra nos cornos por apenas ter descoberto Steely Dan aos vinte e sete anos. A pêra que causar maior dano recebe um disco dos Steely Dan autografado com o meu próprio sangue.
Isto está cada vez mais doloroso. Enquanto escrevia essas linhas que vêem em cima destas, acabei de descobrir que o Donald Fagen colabora com a Slate e a Premiere. Mais, o gajo envia comentários enquanto leitor para o New York Review of Books. Não desejo o que me está a acontecer ao meu maior inimigo.
terça-feira, outubro 27, 2009
segunda-feira, outubro 26, 2009
dirty work
Vasco Baptista Marques no Actual desta semana, a propósito a adaptação de Disgrace, romance de J.M. Coetzee, ao cinema.
Por acaso eu até conheço relativamente bem o livro em questão e devo dizer que notei que existiam efectivamente etapas no romance de Coetzee: o princípio, o meio e o fim. Em todas elas, o único 'eu despojado de si' era eu. Em algumas partes da leitura, o 'eu cativo da violência dos outros' era a minha prima que andava de caso com um guia da guiana francesa (li o livro nas férias). De qualquer forma, aproveito para pedir as minhas desculpas ao Vasco Baptista Marques. Sou uma merda, Vasco. Espero que compreendas. Um abraço.
domingo, outubro 25, 2009
Patinadora número três ao corredor da sapateira pasteurizada.
Não tenho muitas palavras para descrever isto. É das melhores coisinhas que tenho ouvido nos últimos tempos. Everything Everything senhoras. Nas palavras dos próprios:
"We come from Newcastle and/or the surrounding area (Hadrian's Wall country), as well as Kent. We live in Manchester. We like to play music for humans".
sexta-feira, outubro 23, 2009
LA
PSA
quinta-feira, outubro 15, 2009
o québec
Não há como não gostar desta canção. Que canção do camandro. Como poderão perceber por este post e pelo anterior, não comecei a ouvir apenas música clássica. Não estou feliz com essa minha cedência. Podem culpar o funk québécois.
domingo, outubro 11, 2009
quarta-feira, outubro 07, 2009
Summers pt. II
Claro que o Summers é um ser especial. Existe imensa gente especial que começou a fazer coisas muito interessantes quando eram muito novos. Já tive a oportunidade de vos contar que o Saussure escreveu, ainda nem vinte anos tinha, um tratado sobre todas as línguas do mundo. Mas, em nenhum lugar do mundo, é a 'especialidade' tão potenciada como na academia anglo-saxónica. Isto para vos mostrar a primeira frase do ensaio através do qual Summers se propôs como aluno do curso de Economia na Universidade de Harvard em 1975: "Many children are thaught to believe in god. I came to believe in the power of systems analysis". Como a minha leitora poderá imaginar, um gajo que escrevesse esta baboseira no ínicio de um trabalho para admissão a um curso de economia em território nacional, era imediatamente posto de parte.
Bem, estou bastante cheio da massa com tomate e por isso vou-vos poupar a historietas sobre categorias pseudo-científicas, currículos académicos, ideologias, verdades parciais e outros problemas perenes (e silenciosos) que apoquentam grande parte da academia portuguesa. Ainda assim, eu gostava mesmo era que a academia portuguesa se risse mais. Do mundo e de si própria.
No ano passado passei um fim de semana enfiado na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UNL num Colóquio sobre Marx (para colóquio Marxista havia demasiada oferta para a procura existente, no Socialismo Real era ao contrário). Retive muita coisa, mas nunca me vou esquecer de um ser humano inglês, de vinte e poucos anos, que esteve a falar durante cinquenta minutos sobre um alemão que tentou, num passado distante, cravar umas pilhas alcalinas nas costas para poder trabalhar durante mais tempo. No fim, depois de cinquenta minutos a rir, o tipo ofereceu uns bilhetes a cada pessoa com o seu e-mail, para lhe mandarmos comentários.
Summers pt. I
Ainda vou continuar este texto com uma pequena análise sobre o paradigma da edução portuguesa e o Larry Summers, mas tenho um molho de tomate ao lume. Já cá volto.
quinta-feira, outubro 01, 2009
Ong Kong
Tudo o que me apetecia fazer neste momento está nesse vídeo. A canção é soberba e foi encontrada aqui, num espaço não menos soberbo (e cujo proprietário vai dar música à Crew Hassan no dia 3 de Outubro). Não sei ainda como é que vou equilibrar a sonoridade destes gajos com o meu desdém pelos Vampire Weekend, mas a coerência está sobrevalorizada, como já disseram Marx, Freud, Lacan e, muito recentemente, Aníbal Cavaco Silva e Ferreira Leite.
Ando também a ler um livro que comprei no dia do lançamento do 2666 chamado Neoliberalism as Exception: Mutations in Citizenship and Sovereignty de um ser humano chamado Aiwha Ong. O livro chamou-me a atenção porque contém a palavra Neoliberalismo e a palavra excepção. Excepção, como decerto saberão (António Guerreiro é o meu benchmark em termos de leitor), é um interessante conceito desenvolvido pelo jurista alemão Carl Schmitt. Por excepção entedemos (numa interpretação mais restritiva) a suspensão de um ordenamento jurídico. Aquele(s) que suspendem o ordenamento jurídico são aqueles que detem a soberania. Ora Ong, que é um ser elogiado pelo Michael Hardt, pelo Manuel Castells e pela Saskia Sassen, utiliza o conceito de excepção como se usa o conceito de discriminação, retirando a normatividade negativa a este segundo. Uma excepção é portanto tudo o que não seja a norma. Passo a exemplificar: os chineses criam uma zona administrativa especial, com impostos mais baixos e com benefícios para as empresas e para os trabalhadores de uma única etnia (quem diz China, diz Malásia ou Singapura) e ela chama a isto uma excepção. É como se em Portugal um eminente sociólogo escrevesse um panfleto sobre a regionalização intitulado Carl Schmitt's Portugal. Não era muito mais cool? Ong liga excepção ao conceito de 'soberania graduada', de acordo com o qual estas excepções servem para integrar áreas periféricas na economia global. A economia global é neoliberal. Bem, nada que não se pudesse dizer com outras palavras, mas as palavras normais não nos remetem para coisas eruditas como Carl Schmitt, a República de Weimar, palavrões em Malaio e discursos de Aníbal Cavaco Silva.
E pronto, foi o país e o mundo.