*I use this term because reading in the ancient world was done aloud, even that done privately. In the late fourth century, Augustine of Hippo was stunned to see Ambrose reading silently to himself.
segunda-feira, março 30, 2009
isto é extraordinário
*I use this term because reading in the ancient world was done aloud, even that done privately. In the late fourth century, Augustine of Hippo was stunned to see Ambrose reading silently to himself.
sexta-feira, março 27, 2009
é capaz de não ter mais de 140 caracteres
Schopenhauer, não sei bem onde.
terça-feira, março 24, 2009
dazzling
Recensão de Paul Gifford no Times Literary Supplement, sobre a nova biografia de Paul Valéry da autoria de Michel Jarrety.
segunda-feira, março 23, 2009
Honoris Causa
ps. Podem encontrar aqui o currículo da muito interessante disciplina que Gonçalo M. Tavares lecciona. Um dia destes ainda me inscrevo.
sexta-feira, março 20, 2009
libritalia
A Casta
"Che futuro ha un Paese dove un consigliere regionale abruzzese guadagna più del governatore della California? Dove il Quirinale costa il quadruplo di Buckingham Palace ma taglia il 3 per mille? Dove le spese dei Palazzi del potere continuano a crescere, il presidente della Camera fa il sub in acque proibite e il premier raggiunge la beauty farm preferita con un elicottero della Protezione civile? Dove tutto cambia perché niente cambi? No ci avevano promesso una politica più sobria?"
Fui ontem buscar à livraria italiana (um espaço muito simpático na rua do Salitre) um exemplar desse interessante livro escrito por dois conceituados jornalistas italianos. É um livro sobre a classe política italiana. Ou melhor, é um livro sobre o estado vergonhoso a que chegou a classe política italiana. O livro teve um tremendo êxito em itália. Começou por ter uma tiragem de trinta e cinco mil exemplares e acabou por vender, entre Maio de 2007 e Outubro de 2008, um milhão e duzentos e cinquenta mil exemplares. Foi reimpresso trinta e uma vezes. Como não podia deixar de ser, a classe nojentinha que o livro criticava optou por o usar para os seus fins. Berlusconi, na altura na oposição, disse que tinha La Casta na mesa de cabeceira (debaixo da obra completa de Mário Puzo presume-se). Mas mesmo essas manhas, tão comuns, foram insuficientes. O livro tornou-se um tremendo sucesso e mostrou aos italianos como uma classe inteira usa o bem público para proveito próprio.
Tomei conhecimento deste livro através deste excelente artigo de Perry Anderson na London Review of Books. Gostava imenso de ver alguém do calibre intelectual do Perry Anderson a escrever um texto sobre Portugal e acho que não se perdia nada se este livro fosse traduzido para português.
quinta-feira, março 19, 2009
terça-feira, março 17, 2009
pop up
domingo, março 15, 2009
sábado, março 14, 2009
Blue Train
sexta-feira, março 13, 2009
o Saadiq tem uma pele óptima
Acabei de ver uma criancinha de treze anos a discursar durante dois minutos na reunião de um qualquer movimento Conservador americano. Podem ver a aberração aqui. Eu, um teutão desdentado que ainda não aderiu à pasteurização dos produtos lácteos, sou sem dúvida muito estúpido, mas digam-me: serei só eu que acho paradoxal uma criança de treze anos ir falar de Principled Conservatism a uma reunião de um movimento Conservador? Um dos princípios do Conservadorismo não devia ser que a crianças de treze anos deviam estar a fazer o que quer que as crianças de treze anos fazem?
quinta-feira, março 12, 2009
teoria
Scott Burchill et. al., Theories of International Relations, 2nd Edition (Palgrave MacMillan, 2001), p. 15.
Agora adapta-se o parágrafo à teoria económica e ler-se-ia:
"We need to examine our own background assumptions to reveal and explain our selections, priorities and prejudices because 'all forms of social analysis...raise important questions about the moral and the cultural constitution of the observer'. In economics we are as concerned with how we approach the study of the economy as we are with the events, issues and actors in the economic system. We need to understand how individuals think about their world by promoting a wider self-awareness of our own belief systems. As Linklater argues, 'all social analysts (should) reflect upon the cognitive interests and normative assumptions which underpin their research'. It should be remembered that the 'economic' is refracted through the mind of the observer. Constitutive economic theory is directly concerned with the importance of human reflection on the nature and character of the economy".
quarta-feira, março 11, 2009
isto tem muita piada
“A tense and peculiar family, the Oedipuses,” a wag once observed. Well, when it comes to dysfunction, the Wittgensteins of Vienna could give the Oedipuses a run for their money. The tyrannical family patriarch was Karl Wittgenstein (1847-1913), a steel, banking and arms magnate. He and his timorous wife, Leopoldine, brought nine children into the world. Of the five boys, three certainly or probably committed suicide and two were plagued by suicidal impulses throughout their lives. Of the three daughters who survived into adulthood, two got married; both husbands ended up insane and one died by his own hand. Even by the morbid standards of late Hapsburg Vienna these are impressive numbers."
"Yet the Wittgensteins, for all their Sturm und Drang, can be as funny as the Waughs. We are told, for example, that the first spoken word of one of the Wittgenstein boys was “Oedipus.”
"Ludwig’s subsequent career, familiar from numerous biographies and memoirs, is briskly told here. Renouncing his share of the family fortune (among the largest of war-ruined Europe, thanks to the Wittgensteins’ shrewd American investments), he pursued self-mortification as a schoolteacher in an impoverished Alpine village. But his pedagogical methods included slapping the children rather violently, and he got run out of town."
"Backed by the Wittgenstein family fortune, Paul set about commissioning piano concertos for the left hand from the leading composers of the day. His dealings with them proved comically tempestuous. He rejected Hindemith’s composition as unplayable and wrote to Prokofiev, “Thank you for your concerto, but I do not understand a single note and I shall not play it.”
"For all their quarreling, madness and self-destruction, the Wittgensteins were at least spared one sort of dysfunction: there is no trace of incestuous impulses among them. The same, alas, cannot be said of the author’s own family. Evelyn Waugh freely avowed feelings of more than paternal tenderness for his daughter Meg. When she announced her intention to wed a young man, her father sadly wrote to a friend, “She wants children, and that is a thing I can’t decently provide for her.” Even Oedipus would blush."
terça-feira, março 10, 2009
a minha praia são filetes de cavala
E o que é o essencial? Não sei. Não faço ideia. Sei, contudo, que o essencial tem de passar por o país estar equipado com uma rede de bibliotecas decentes e, quando digo país, não ligo a posse. Isto é, tanto se me dá se é público ou privado. Um dos grandes mistérios da minha existência é a dificuldade que um ser humano tem em frequentar uma biblioteca para o que quer que seja. Há frequentadores nobres de uma biblioteca. É o meu caso. Um frequentador nobre é aquele que tem tanto respeito ao local que acaba por passar o tempo todo entre estantes à procura nem sabe bem do quê. Começa em Adorno e acaba em Voegelin, passando por tudo, desde A.J.P. Taylor a Santo Agostinho, desde Hamsun a Tchékhov. É obviamente um rato de biblioteca falhado, mas feliz o pobre. Existe depois o frequentador burguês. Como todos sabemos, o frequentador burguês está refém do seu ímpeto utilitário: está numa biblioteca para maximizar o seu conhecimento. É um frequentador metódico que não corre prateleiras. Escolhe os livros que quer, leva-os para a sua mesa e consulta-os, recorrendo muitas vezes ao índice para encontrar os termos que lhe interessam (chamam método a isto em alguns lugares, mas é ideologia). Existe, por fim, o não utilizador que frequenta. Em Portugal, em virtude do atraso, o não utilizador vai à biblioteca na esperança de poder aceder à internet, o que, vezes a mais, é impossível porque é reservada para frequentadores nobres e burgueses que pagam alguma coisa. Esse é um dos problemas: ter que se pagar para aceder a uma biblioteca não é digno de nenhum país desenvolvido. Não falo em requisitar, falo em aceder.
Nos últimos dois meses, refém desta condição, fui obrigado a pagar cinquenta euros para ter acesso à biblioteca da Universidade Católica Portuguesa. Pode-se entrar gratuitamente na biblioteca da UCP, mas apenas cinco vezes. Na biblioteca da Gulbenkian a situação ainda é mais ridícula. A entrada é livre para quem vai consultar. E quem não vai consultar? Não pode, lamenta o Securitas que está à porta (um Securitas à porta de uma biblioteca, por amor de Deus).
Mais, as bibliotecas desta merda de país (já é uma merda, atentem, bastam três parágrafos para deixar de ser magnânime) não estão ligadas umas às outras. Em Inglaterra, caso não houvesse um livro na minha biblioteca, esta fazia um empréstimo inter-bibliotecário. Isto é, pedia a uma biblioteca que o tivesse. Se ninguém tivesse e se não fosse caro de mais, comprava-se. Não é este o procedimento normal? Como é que um país pode andar para a frente sem uma rede de bibliotecas decentes? E não venham dizer que é um assunto de política educativa, quando nem as Instituições privadas de ensino têm boas bibliotecas.
A biblioteca da UCP é bastante limitada. Arranjam-se coisas interessantes, mas falta imensa coisa. Aliás, falta tanta coisa que eu nem percebo como é que eles mantêm aberto um curso de Relações Internacionais. O principal textbook de Relações Internacionais chama-se Politics Among Nations. Vai na oitava edição se não estou em erro. A biblioteca da UCP tem um exemplar. O segundo livro mais importante é o Theory of International Relations do Kenneth Waltz. A biblioteca da UCP tem um exemplar, traduzido em Português (a tradução não é grande coisa). Wendt escreveu, em 1999, o livro mais importante dos últimos anos na disciplina. De novo, apenas um exemplar. E isto é o mais mainstream que existe. Não sei quantos alunos tem um ano de Relações Internacionais, mas mesmo para dez isto é insuficiente.
Só para clarificar as coisas e para verem a profundidade do problema: de The General Theory of Employment, Interest and Money de John Maynard Keynes (esse de quem tanto se fala agora) existe um exemplar em Inglês (língua original), três em Francês e um em Espanhol . Quantos alunos existem em Economia e Gestão na UCP de Lisboa? No meu ano de ingresso eram cem no mínimo. Keynes serve-nos agora dizem. E lê-lo, quem leu?
ps. Na biblioteca da Universidade de Exeter, quem nem é das melhores, existem quarenta e nove entradas para Keynes. De The General Theory of Employment, Interest and Money existem sete exemplares, sem contar com o que deve estar na obra completa.
sexta-feira, março 06, 2009
O Leitor
"Não sei porque o fiz. Mas hoje reconheço, naquilo que então aconteceu, o esquema por meio do qual o pensamento e a acção se conjugaram ou divergiram durante toda a minha vida. Penso, chego a um resultado, fixo-o numa conclusão e apercebo-me de que a acção é algo independente, algo que pode seguir a conclusão, mas não necessariamente. Durante a minha vida, fiz muitas vezes coisas que não tinha decidido fazer, e não fiz outras que tinha firmemente decidido fazer. Algo que existe em mim, seja lá o que for, age; algo que me faz ir ter com uma mulher que já não quero voltar a ver, que faz ao superior um reparo que me pode custar o emprego, que continua a fumar embora eu tenha decidido deixar de fumar, e que deixa de fumar quando me resignei a ser um fumador para o resto dos meus dias. Não quero dizer que o pensamento e a decisão não tenham alguma influência na acção. Mas a acção não decorre só do que foi pensado e decidido antes. Surge de uma fonte própria, e é tão independente como o meu pensamento e as minhas decisões".
Esta passagem fez-me lembrar uma reportagem que saiu no P2 a semana passada sobre o português que misteriosamente desapareceu em Berlim. O que me marcou nessa reportagem, feita quando já passavam 40 dias do desaparecimento, foi a constatação da possibilidade de desconhecimento de alguém que, até há pouco tempo, os amigos tinham a certeza de conhecer. É que, quando confrontados com a hipótese de desaparecimento por iniciativa própria, se quase todos diziam que nada fazia esperar tal coisa porque X não era 'assim e assado', ao mesmo tempo deixavam no ar a hipótese de que, talvez, ele fosse mesmo assim e assado, precisamente porque, e isto é a minha conclusão, ninguém conhece verdadeiramente ninguém.
Ninguém nos conhece melhor que nós próprios e, ainda assim, mesmo nós próprios, muitas vezes, como Schlink condensa nesse parágrafo, não fazemos a mínima ideia do porque é que fazemos o que fazemos. Isto é uma reflexão que já tenho há algum tempo e vem daí a minha crescente irritação com 'porquês'. Irrito-me porque eu próprio, por vezes, não sei as razões de muita coisa do que faço ou sinto (e mesmo que saiba, como pôr isso em palavras?). E porque é que as deveria saber? Quem é que mo exige? Uma concepção datada, mas ainda vigente no senso comum, da continuidade entre pensamento e acção?
Foi por isso em parte que gostei tanto do verso (a poesia é provavelmente a essência na qual o nexo pensamento/acto está menos presente) "amar é um elo entre o azul e o amarelo". Podem-se perguntar o porquê ou o sentido de tal verso. Eu não sei qual é, mas, para mim, faz todo o sentido.
ps. Esta maneira de pensar tem consequências para uma ética de responsabilidade - como responsabilizar aquele que se diz irresponsável? Onde acaba o impulso e começa o acto? - mas eu ainda não dediquei muito tempo a pensar nisso. Aliás, nem a isso nem a tudo o resto.
adenda: O corpo de Afonso Tiago, o jovem português desaparecido em Berlim que refiro acima, foi encontrado hoje pela polícia alemã.
quinta-feira, março 05, 2009
B.
quarta-feira, março 04, 2009
as aventuras de Uli "o Salomão" Sequeira
terça-feira, março 03, 2009
lady d'arbanville
segunda-feira, março 02, 2009
Gonçalo M. Tavares
José Saramago no seu Caderno.