Para aquela minoria silenciosa e descriminada, que entende que os Vampire Weekend e as restantes bandas com ar de betinhos que nunca apanharam um coma alcoólico pelo simples prazer de estar a espumar da boca deitado no chão não merecem existir, minoria essa que coincide bastantes vezes com aquela cujos sentimentos são vandalizados com acusações de insensibilidade porque não conseguem ver no Before Sunset nada mais que uma colagem de fait divers, de clichés e de preconceitos (com os quais metade das tipas deste mundo amavam ser paleadas, e isso dói) estas pérolas, escritas em menos de vinte e quatro horas, não podem deixar de trazer alguma paz:
O Lost in Translation, filme que costuma passar na ligação Faro-Lisboa da Mundial Turismo da Rede Expresso, é um dos objectos mais sobrevalorizados desde o Kmet e, posso já dize-lo com segurança, só vai ser ultrapassado nessa infeliz condição pelo Ramirez.
E, não de somenos relevância:
Os The National, como fica provado por mais estes dois exemplos disponibilizados pelo Lourenço com o intuito de nos aterrorizar e destruir o dia, são a banda mais irritante desde os Tindersticks(...) Filhos da puta, se um barrilzenho de napalm ali não era uma coisa bonitinha de se ver. Aposto que têm vidas "normais" por trás e o caralho (...) Estes gajos são a típica banda que escolhe um tom e depois investe tudo em expandi-lo através de cuidadoso arranjo de sinais exteriores de até-lemos-o-new-york-review-of-books. Estou em crer que os The National são a banda com o rácio mais favorável entre o sucesso e o nível de imaginação que lhes é exigida.
4 comentários:
Concordo com o teu título, msm discordando dele, Maradona... (se é que é possível) lol
Tem piada que o Lost in Translation tb é dos meus filmes preferidos e The National uma das bandas que mais gosto. (O Before Sunset gostei, mas vi-o ha uns 10 anos)
Se te desses ao trabalho de investigar as letras de The National talvez chegasses a mesma conclusao.
Em relacao ao Lost in Translation, talvez convenha lembrar que a simplicidade de um amor quimico mas racionalmente impossivel nas ruas Tokyo, se nao suficiente para satisfazer semi-intelectuais perdidos na teia do conhecimento bibliotecario, compreensivelmente toca as pessoas com um minimo sentido de romantismo e aventura.
Posto isto, e vincando a anormalidade que sao os tres posts (o teu e os dois dele) - nao porque criticam algo que eu gosto, mas porque criticam audiencias, em vez de criticarem os produtos - gostava de lembrar que, de facto, estao os tres muito bem escritos.
Isto é tudo desprezo irracional, por isso é que tem piada.
Estive a rever as barbaridades que escrevi e tendo a dizer que eu (e o pibe) não criticamos audiências.
Criticamos filmes merdosos que têm, consequentemente, audiências manhosas.
É uma dialéctica.
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