O discurso em relação à presidência da câmara municipal de Lisboa acaba sempre por redundar em discussões espúrias sobre quem deixou mais obra. Vai-se de Abecassis a Costa, numa tentativa de avaliar quem deixou mais obra feita. Conclui-se, com preocupante naturalidade, que ninguém deixou obra. A excepção é, dizem, Santana Lopes e o túnel. O caso é paradigmático, dado que ainda está por concluir quem fez o quê: se foi Santana quem fez o túnel ou se foi o túnel que fez Santana. Ambas as opções estão na mesa. É interessante a preocupação por obra feita. Se há coisa que se vê na capital é obra feita. Um desastre. Atrevo-me a dizer que melhor obra dos últimos anos é a remoção da passadeira pedonal de Alcântara, que desapareceu na primeira semana de Outubro deste ano. Numa cidade onde planeamento e urbanismo são palavrões, a melhor obra é a não obra. Infelizmente, não me parece que isso venha a acontecer. Venha quem vier, o mais provável é que continue a obrar em cima de Lisboa.
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3 comentários:
O verdadeiro operario le obras, em vez de as deixar.
fora de brincadeiras, bom post.
a questao aqui é orcamento vs. obra, isto é, será melhor presidente de camara o que deixa menos obra mas contas mais equilibradas, ou o que deixa muita obra mas tb muita divida?
a segunda questao é a da obra em si. ai, tens razao. como geralmente temos burgessos a frente das camaras, mesmo que deixem as contas equilibradas as vezes preferia que nao fizessem nada.
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