terça-feira, outubro 14, 2008

crise

Isto vai para aqui uma crise que nem vos quero dizer nada para não vos magoar involuntariamente – coisa que faço desde que escrevi as minhas primeiras palavras por aqui. Mas isto está muito mau. No momento em que vos escrevo, depois da ingestão de um iogurte natural com pêra, já li o equivalente literário ao Plano Paulson sobre o Knut Hamsun. Sensivelmente setecentos mil milhões de linhas sobre a infância – fases oral e anal abarcadas –, adolescência, puberdade, maioridade (atingi a maioridade antes da puberdade, ele não), vida adulta, vida geriátrica e vida paliativa do escritor Norueguês, Nazi nos tempos livres, Nobel em 1920, e ser humano execrável todos os restantes seiscentos e oitenta mil milhões (Plano Merkel) de minutos da sua vida terrena. Isto significa mormente que estou com um nível de paciência para ler o livro (Fome de Knut Hamsun, editado pela Cavalo de Ferro) equivalente à taxa de poupança da família média portuguesa. O que é um rude golpe auto-infligido (coberto no entanto pelo plano de saúde do Obama).