quinta-feira, maio 24, 2007

dedicação é tão importante como amor...

When I get older losing my hair,
Many years from now.
Will you still be sending me a Valentine
Birthday greetings bottle of wine.

If I’d been out till quarter to three
Would you lock the door.
Will you still need me,
will you still feed me,
When I’m sixty-four.

You’ll be older too,
And if you say the word,
I could stay with you.

I could be handy, mending a fuse
When your lights have gone.
You can knit a sweater by the fireside
Sunday morning go for a ride.

Doing the garden, digging the weeds,
Who could ask for more.
Will you still need me,
will you still feed me,
When I’m sixty-four.

Every summer we can rent a cottage,
In the Isle of Wright, if it’s not too dear
We shall scrimp and save
Grandchildren on your knee
Vera Chuck & Dave

Send me a postcard,
drop me a line,
Stating point of view
Indicate precisely what you mean to say
Yours sincerely, wasting away

Give me your answer,
fill in a form
Mine for evermore.
Will you still need me,
will you still feed me
When I’m sixty-four.

quinta-feira, maio 10, 2007

Pratica(mente)

É complicado para mim escrever este post.

Estava, aliás, em draft já há um mês, mais coisa menos coisa.

A questão é a seguinte: eu gosto de hip hop, mas não gosto de hip hop português.

Até agora. E isto está-me a custar mesmo muito.

Acontece que ouvi o último cd do Sam the Kid. A primeira vez que ouvi o single "Poetas de Karaoke" achei aquilo uma bela porcaria. Ainda acho na verdade.

No entanto, o single é provavelmente a música menos conseguida do disco inteiro. O resto do disco é mesmo bom.

A letras estão boas, as rimas estão excelentes (muito variadas no que se refere ao tipo de rima) e os beats magníficos. Finalmente assumem a posição que, na minha opinião, qualquer beat deve ter: são um pano de fundo.

Devem ser como um pano de fundo bom para as rimas que desfilam.

Custou mas foi.

Fui finalmente derrotado.

Já gosto de uma obra do hip hop português.

Tendo em conta o restante panorama nacional, dúvido muito que este gosto se generalize.

quarta-feira, maio 09, 2007

Humanismo

Tenho andado a pensar no humanismo.

Fui agora ver ao wikipedia que entradas tem por humanismo. Total perda de tempo. Parece que não existe uma definição unânime.

Até um humanismo marxista existe.

Bem, isto tudo a propósito de quê?

No outro dia um amigo escreveu um post com uma história em que um gajo respondia, de uma forma nada simpática, que não tinha dinheiro a um gajo daqueles que se passeia com cães, malabares, uns brincos, umas vestes rotas.

Seguiu-se uma enorme e bastante interessante discussão*.

Achei, pelo tom geral da coisa, que a maioria das pessoas que comentaram consideram estes seres como algo perfeitamente dispensável. Peço-vos que não julguem mal as minhas palavras. Não os vão "dispensar" eu sei, mas ficavam mais felizes se eles não vos dissessem nada. Alguns acho que ficavam mais felizes se eles nem sequer se passeassem por aí.

Ora eu, talvez mais tolerante, achei que havia ali um forte odor a intolerância. Toda a gente parecia estar sinceramente indignada que alguém perfeitamente desconhecido, "com bom corpinho para trabalhar", estivesse ali a pedir dinheiro.

Eu apenas acho que quem quer dá, quem não quer não dá.

Bem, mas a propósito de humanismo. Crescentemente me irrita, vivendo numa cidade, a falta sentimento de comunidade que as pessoas parecem exibir. Acho que caminhamos cada vez mais para que a sociedade seja um conjunto de indivíduos que nem sequer formam uma comunidade. A pessoas partilham o mesmo espaço, trilham os mesmos caminhos, deslizam pelas mesmas ruas, mas não contactam umas com as outras.

Quando procuramos abordar alguém para uma conversa ou uma troca de impressões, as pessoas olham-nos sempre com um ar estranho, tipo "que é que este gajo quer?".

A pessoa que fala, que cumprimenta, que diz bom dia, que sorri, que interage com quem se cruza quase diariamente é sempre o estranho, o louco, o diferente.

É o louco ou o estranho quem vai perguntar se está tudo bem com uma pessoa que conhecemos dos nossos caminhos diários mas com quem nunca falamos.

Mas, não será essa mesma interacção, esse mesmo olhar mais humano sobre aqueles que nos rodeiam, aquela tolerância mais humana, aquilo que tanto nos falta hoje em dia?

Parecemos não tolerar e perdoar a diferença mesmo a mais inofensiva.

É porventura sintomático disso que tenham de existir iniciativas como os free hugs para que as pessoas manifestem a sua solidariedade para com aqueles que as rodeiam - para com a sua parte da humanidade. É que um free huger é uma pessoa num dia. Abraços a desconhecidos? Há mais para o ano dirá a maioria.

Bem, voltando de novo ao humanismo. Temos que o resgatar basicamente. Temos que assumir um projecto de humanidade, um projecto conjunto, solidário, tolerante.

A preocupação com o alheio, com o que não nos diz respeito, com aquele que não conhecemos tem que ser algo que nos acompanha. Interpelar, indagar, falar, ouvir, sorrir, fazer sorrir e rir é um dever que devemos ter. É um humanismo que nos deve acompanhar.

Essa facilidade em interagir com o desconhecido foi-nos roubada por aqueles mal intencionados, pelos loucos, pelos sem vergonha, pelos bandidos. Roubaram para eles o sentido de confiança que cada um tem no próximo. Roubaram-no de tal forma que, hoje em dia, qualquer abordagem gera a desconfiança, a insegurança e a falta de à vontade de que falei.

Essa esfera tem que ser nossa outra vez. Temos que confiar. Temos que sorrir, sentir, integrar, fazer parte. Fazer sentir que fazem parte. Que podem vir. Que é seguro. Que é assim que devia ser.

Resgate-se então o humanismo.

sexta-feira, maio 04, 2007

Eu sei que faz pena dizer isto...


...mas se eu fosse rico vivia à base disto.