Para um optimista antropológico, as caixas de comentários dos jornais são uma realidade difícil de digerir.
sexta-feira, junho 18, 2010
terça-feira, junho 08, 2010
cadernetas
Quando escrevemos algo assumimos, de forma implícita ou explícita, um leitor ou uma leitora. Quando escrevo numa revista académica assumo que estou a escrever para um público que percebe o que estou a escrever (o único artigo que publiquei chamava-se 'Qual Pós-Positivismo?'; é capaz de não ter sido entendido por todo o público leitor da revista em que o publiquei, mas sempre deve ter sido percebido por mais gente do que se tivesse sido publicado na Caras). Se escrevesse num jornal, assumiria que estava a escrever para um público literato e inteligente - a menos que escrevesse no 24 horas. Daí que este tipo de argumento, recorrente sempre que há uma manifestação à porta da embaixada de Israel, me faça imensa confusão. É verdade que existe uma maior atenção sobre o que faz Israel. Daí a chamar-lhe anti-semitismo é um passo de gigante, mas adiante. O que não faz sentido é exigir que esses mesmos que se manifestam à frente da Embaixada de Israel se vão manifestar para a porta de outras embaixadas. Melhor, quem nos diz que não o fazem noutro fórum que não uma agressão de um Estado. Um deles pode ter estado à porta de um qualquer Pingo Doce nem há duas semanas a manifestar-se contra a política de pescas da Jerónimo Martins.
O mesmo se aplica para pessoas como o Henrique Raposo que esteve a manifestar-se à porta da Assembleia da República contra uma suposta asfixia democrática promovida por José Sócrates. Eu também não me lembro de ver essa malta toda à porta do edifício do Governo Regional da Madeira, mas contra argumentar assim não me leva a lugar algum.
Este tipo de generalização exacerbada e de cariz panfletário dirige-se claramente a uma franja - e faz sentido para essa franja. Acredito que um gajo de extrema esquerda se enfureça a ler um texto como o que cito. Como um gajo de extrema direita se irritará sempre que um gajo de esquerda vem defender que os emigrantes fazem cá falta. Mas se é esse o público que esses autores imaginam a ler as suas crónicas, eu recomendo-os vivamente a escrever no Avante ou noutro qualquer meio de comunicação que veicule ideias radicais. Os outros, os do meio, (acho que não sou só eu) querem pontos de vista e argumentos inteligentes, não um catálogo de incoerências sobre o que fazem ou deixam de fazer aqueles que são abertamente parciais e, porque não?, obtusos.
O mesmo se aplica para pessoas como o Henrique Raposo que esteve a manifestar-se à porta da Assembleia da República contra uma suposta asfixia democrática promovida por José Sócrates. Eu também não me lembro de ver essa malta toda à porta do edifício do Governo Regional da Madeira, mas contra argumentar assim não me leva a lugar algum.
Este tipo de generalização exacerbada e de cariz panfletário dirige-se claramente a uma franja - e faz sentido para essa franja. Acredito que um gajo de extrema esquerda se enfureça a ler um texto como o que cito. Como um gajo de extrema direita se irritará sempre que um gajo de esquerda vem defender que os emigrantes fazem cá falta. Mas se é esse o público que esses autores imaginam a ler as suas crónicas, eu recomendo-os vivamente a escrever no Avante ou noutro qualquer meio de comunicação que veicule ideias radicais. Os outros, os do meio, (acho que não sou só eu) querem pontos de vista e argumentos inteligentes, não um catálogo de incoerências sobre o que fazem ou deixam de fazer aqueles que são abertamente parciais e, porque não?, obtusos.
sanidade em afrikaan diz-se loucura
Aparentemente, segundo reza a lenda contada hoje no jornal da noite da Sociedade Independente de Comunicação, o jovem Nani lesionou-se na clavícula durante um exercício de treino de remates acrobáticos à baliza. Exacto, um exercício de treino de remates acrobáticos à baliza. As parcas imagens desse treino mostravam um gajo a cruzar bolas para a linha de grande penalidade, latitude onde um jogador nacional deveria saltar e tentar acertar na bola da forma mais acrobática possível. De volta ao estúdio, Clara de Sousa pediu a Pedro Santana Lopes, antigo primeiro ministro de Portugal, uma opinião sobre o assunto.
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