sábado, fevereiro 06, 2010

o bes tem um feeling


Tem havido muita celeuma em relação ao mais recente filme de Eastwood e eu, um notório conhecedor de tudo o que se relaciona com gemadas com vinho do porto, ainda que esteja em posição de dar uma opinião extremamente bem fundamentada sobre o que apoquenta a populaça, prefiro, pura e simplesmente, atacar este artigo profundamente estapafúrdio que saiu no jornal cujo director foi saneado pela melhor dupla de centros do mundo da comunicação social: Belmiro de Azevedo, tremendo no contacto físico inútil e José Sócrates, fortíssimo a fugir ao contacto físico útil.

Portanto, e tentando colocar isto de uma forma extremamente simples (o que não é nada fácil), aquilo a que o Aníbal Rodrigues e o David Andrade se opõem de forma veemente no filme em questão são no fundo três coisas: aparecer um carro que em 1995 ainda não existia numa das cenas, um pontapé de saída mal conseguido e uma série de erros de casting.

Começando pelo final, claro que o casting não é o melhor. O Lomu não é igual ao Lomu. No entanto, dá para perceber que é o Lomu e isso chega. O Stransky idem. O Pienaar idem. Queriam o quê? Que o Eastwood ligasse aos gajos que clonaram a dolly? Desafio desde já o Aníbal Rodrigues e o David Andrade a arranjarem um gajo cuja fronha se assemelhe à do Glen Osbourne.

Passando ao primeiro ponto, só me apetece mandar-vos à merda, coisa que não farei. Então ocupam meia página de um magazine cultural para dizer que aparece um Hyundai numa cena do filme. Poupem-me. Dois gajos escreverem um artigo a denunciar que num filme do Clint Eastwood aparece um Hyundai Getz faz imensa pena. Ainda assim, faz bastante menos pena do que esta frase, que se pode ler no mesmo artigo:

" O "intruso" anacrónico é um pequeno Hyundai Getz, lançado em 2002, remodelado em 2005 e que deixou de ser comercializado em 2009 para dar lugar ao actual i20. O exemplar que se vê junto a uma esquina corresponde ao modelo remodelado, pelo que será datado de 2005 ou de um ano posterior."

Isto é cena de gajos que não podem perceber nada de Rugby. Lamento imenso Maria João Pires.

Quanto ao pontapé de saída, queria antes do mais dizer-vos que se o Andrew Mehrtens era um gajo carismático o Jorge Jesus é um gajo que domina perfeitamente a língua portuguesa. O Andrew Mehrtens um gajo carismático. Nem sei por onde começar. Não vou começar, é melhor. Acho que basta dizer que o Andrew Mehrtens é um gajo que fez menos placagens na vida profissional que o Hélder Postiga fez golos pelo Sporting.

No que respeita ao pontapé de saída, concedo que é efectivamente fraco. No entanto, não me lembro de como foram os pontapés de saída nessa final do campeonato do mundo de rugby. Os do filme fazem pena e podem não se conformar com a realidade, mas são verosímeis o que chega perfeitamente.

(na foto, Glen Osborne, um gajo nascido em Wanganui em 1971)

1 comentário:

El-Gee disse...

nao percebo nada de rugby mas adorei este post