terça-feira, janeiro 19, 2010

sensibilidade e bom senso

Agora, na Sic-Notícias, em directo de Port-au-Prince, Luís Costa Ribas faz antropologia política no terreno. 'Os Haitianos são um pouco como a água' diz ele. Diz também que os Haitianos não se coibem de pedir aos jornalistas. Parece que isto é supreendente: aparentemente, em tragédias, as pessoas não pedem ao jornalistas. Eu compreendo-as. Mesmo no desespero é preciso ter alguma dignidade.

Costa Ribas diz também que se nota que os Haitianos são viciados em ajuda. Em vez de pegarem nos seus belos e nutridos corpinhos e irem trabalhar, sabe-se lá para onde, Costa Ribas acha que os Haitianos, ao pedir, reflectem aquilo a que a comunidade internacional os habituou. O Governo pede ao Mundo, o povo pede ao Governo. E pronto, apanham com um terramoto e lá vem o gene de lobbyista há em cada Haitiano cravar toda a gente que aparenta ter um pouco para lhes dar.

Como se não bastasse, tudo isto se passa num directo a partir do terreno. Nós contamos com o jornalista para nos informar. Estando ele no terreno, para que seja os nossos olhos e para que nos transmita o que vê e sente. Não lhe pedimos antropologia política, ainda por cima carregada de folk psychology.

2 comentários:

El-Gee disse...

nao vi a peca (ler: "pessa") mas estou 100% de acordo contigo

Morales disse...

O jornalismo em Portugal vai pelas ruas da amragura.

No outro dia no telejornal da RTP, na ressaca daquela réplica de 6.1, tivemos direito a 20 minutos de cobertura exaustiva das causas, circunstâncias e concequências da queda de Vitor Gonçalves, enviado especial do canal. "O Vítor está bem" "O Vítor apresenta um sentido de humor inesperadamente jovial" "O Vítor foi socorrido por uma equipa do INEM" "O Vítor vai seguir para a sua residência de Miami" "O Vítor isto" "O Vítor aquilo..."