terça-feira, maio 20, 2008

The Paris Review Interviews

Deparei-me com isto na Waterstone's da minha terrinha inglesa cujo nome não vos vou dizer porque tenho medo de aparecer com uma mama de fora na capa do Sun. É uma vergonha eu, aos 25 anos (idade fictícia desta feita por causa do Daily Mail) nunca ter ouvido falar da Paris Review. Neste momento estou a ser violentamente castigado no meu quarto longe de qualquer CCTV. A parede está cheia de sangue das vergastadas que a minha colega da Jordânia me está a dar (ela não é da Jordânia - é só ser mais sensacionalista). Como é que é possível eu nunca ter ouvido falar disto? Como é que nunca ninguém me disse que isto existia? Como é que ninguém me avisou do quão maravilha é o site da Paris Review? O bom é que ainda faltam mais dois volumes.

Estas duas maravilhosas edições contam com entrevistas a: Dorothy Parker (1956); Truman Capote (1957); Ernest Hemingway (1958); T. S. Eliot (1959); Saul Bellow (1966); Jorge Luis Borges (1967); Kurt Vonnegut (1977); James M. Cain (1978); Rebecca West (1981); Elizabeth Bishop (1981); Robert Stone (1985); Robert Gottlieb (1994); Richard Price (1996); Billy Wilder (1996); Jack Gilbert (2005); Joan Didion (2006). Vol. 2: Graham Greene (1953); James Thurber (1955); William Faulkner (1956); Robert Lowell (1961); Isaac B. Singer (1968); Eudora Welty (1972); John Gardner (1979); aquele colombiano manhoso cujo nome me recuso a pronunciar mas que toda a gente sabe a quem me refiro* (1981); Phillip Larkin (1982); James Baldwin (1984); William Gaddis (1987); Harold Bloom (1991); Toni Morrison (1993); Alice Munro (1994); Peter Carey (2006); Stephen King (2006).

*Agora que me lembrei deste ser quase que tive sentimentos positivos para com os Vampire Weekend.

4 comentários:

sofi disse...

pá, vampire weekend é fixe...

El-Gee disse...

tu tens de rever a tua relacao com ggm. alias eu acho que tu tens de rever a tua relacao com tudo o que a maioria das pessoas gostam.

ser uma elite cultural nao é gostar apenas da cultura exclusiva. é apreciar a cultura e a criacao pelo que elas sao e, quando uma obra de arte se torna apreciada pela maioria dos "outros", compreender que nao deixa de ser uma obra de arte, simplesmente é tao poderosa que "os outros" tambem a apreciam, seja pela obra de arte que é, seja pela aparente simplicidade que essa obra poderá transparecer numa analise superficial.

ggm ganhou o premio nobel da literatura porque criou obras de arte e nao porque vendia muitos livros - alias, na altura (82) vendia pouco.

ggm, gostes ou nao, nao é manhoso, é um criador impar que foi capaz de agradar tanto a academia como as massas.

isso é louvavel do ponto de vista intelectual, porque transforma a criacao artistica numa variavel conceptual e nao numa variavel objectiva.

alem do mais, ggm escreve sobre as massas (disfarcadas sob personagens individuais muito poderosos), e quem escreve sobre as massas como ele escreve, tera sempre de lhes agradar.

duas notas adicionais:

1. Eu odiava hip-hop e odeio hip-hop, mas passei de um desprezo arrogante para uma observacao sociologica. acho o hip-hop execravel fonicamente mas reconheco a sua enorme importancia no contexto social e historico. por isso, deixei de o menosprezar

2- a paris review saiu em livro tambem, sou capaz de to oferecer de presente de natal, com uma copia do amor em tempos de colera attached.

3-lembrei-me de que, nao havendo duas sem tres, tenho de expressar aqui a minha antecipada alegria so de pensar nas voltas e revoltas que o teu coracao sensivel daria, caso te desses a humildade (ou ao bom senso) de ler o amor em tempos de colera do ggm

El-Gee disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
El-Gee disse...

sabias que o matthiessen foi um dos fundadores da paris review?

(isto está no wikipedia, por isso é verdade!!)