Rule Girls

"Rule Girls’ are heterosexual women who follow precise rules as to how they let themselves be seduced (accept a date only if you are asked at least three days in advance etc). Although the rules correspond to customs which used to regulate the behaviour of old-fashioned women actively pursued by old-fashioned men, the Rule Girls phenomenon does not involve a return to conservative values: women now freely choose their own rules..."

Compreenderão, por certo, que isto é dos trechos mais excitantes que pode ser lido por alguém que padece de um romantismo anacrónico. Estou realmente excitado. Ando a pensar nestas cinco linhas desde que as li com a devida atenção no outro dia, apesar de o texto ser de 1999. Quer dizer que desde que pelo menos desde 1999 que as 'Rule Girls' andam por aí e eu não fazia ideia. O que me deixa triste - mas prefiro não pensar nisso.

Embora tudo me excite nestas linhas, confesso que adoro (e me identifico com) o pragmático twist do "does not involve a return to conservative values". Ou seja, tal como eu sempre sonhei, existe um ser feminino não pertencente a qualquer seita fanático-religiosa que pretende sexualizar com alguém do sexo oposto depois de respeitar um código deontológico de sedução antiquado, ao mesmo tempo que não abdica das vicissitudes hedonistas da alta modernidade (há quem chame promiscuidade a estas "vicissitudes hedonistas", mas é gente que não interessa nada - eu próprio apenas o faço quando estou severamente irritado e/ou depois de ver um videoclip da ana malhoa) (há também que chame era pós-moderna à alta modernidade, mas esses gajos são normalmente acusados de parvoíce - adjectivo com o qual me identifico bastante).