Será justo que para que uns milhões tenham electricidade, aquecimento e água potável, mudar de lugar aqueles que vivem nessas terra há gerações? Que não só vivem nessas terras mas que vivem dessas terras? Do que elas lhes dá? Pessoas que conseguiram encontrar um equilíbrio com a natureza. Um equilíbrio que nós perdemos efectivamente com o desenvolvimento.
A verdade é que o desenvolvimento tem esse preço. É interessante o debate quanto à natureza. Como podemos entender a Natureza? Como um fim, ou como um meio? Faremos nós parte da natureza - como se de um grande sistema a terra se tratasse? Ou seremos nós algo exterior à Natureza e a Natureza algo que nós podemos utilizar para o nosso próprio desenvolvimento? E se sim, quais os limites dessa utilização?
Vêm-me à cabeça estas ideias depois de ler isto. Cinquenta e cinco milhões de pessoas deslocadas ao longo dos anos devido à construção de barragens na Índia. Milhares de aldeias abandonadas. Milhares de modos de vida destruídos. Pessoas que perdem tudo e que nem sequer são recompensados por isso. E, quando recompensados são, dão-lhes dinheiro e mandam-nos para subúrbios de metrópoles. Pedaços de papel inúteis para quem pouco mais sabe que cultivar a terra. Para quem pouco mais sabe do que colher o que a Natureza lhe deu. Para quem aprendeu a viver com a época das monções e que sabe que, quando chove mais, pode ficar sem a colheita desse ano, mas que sabe também que pode ir buscar à floresta aquilo que necessita.
Irrita-me um pouco, confesso, esta maneira de escrever que, um pouco sem querer, acabei por recriar aqui em cima. Este tipo de escrita sentimental usado normalmente por aqueles que nos descrevem estas coisas. Mas agora compreendo-os. Percebo que seja difícil não transparecer o nosso desprezo, a nossa incompreensão, a nossa aparente impotência.
Leio também que a terra onde a Coca-Cola instalou uma fábrica na Índia secou. Parece que é preciso muita água para fazer Coca-cola. Os aldeões ficaram sem irrigação para as suas colheitas. Passado um tempo a àgua potável ficou de uma cor estranha. As mulheres da aldeia passaram a ter que andar quatro quilómetros por dia para ir buscar água. Ao que parece, a contaminação deveu-se à utilização de detritos da fábrica para a fertilização dos solos. A Coca-Cola ofereceu os detritos aos habitantes como fertilizante. A análise ao fertilizante concluiu que continha quantidades tóxicas de metais perigosos.
Fartei-me de escrever e na verdade não sei que vos diga. Leiam. É a única coisa que me ocorre. Leiam e pensem por vós próprios.
A verdade é que o desenvolvimento tem esse preço. É interessante o debate quanto à natureza. Como podemos entender a Natureza? Como um fim, ou como um meio? Faremos nós parte da natureza - como se de um grande sistema a terra se tratasse? Ou seremos nós algo exterior à Natureza e a Natureza algo que nós podemos utilizar para o nosso próprio desenvolvimento? E se sim, quais os limites dessa utilização?
Vêm-me à cabeça estas ideias depois de ler isto. Cinquenta e cinco milhões de pessoas deslocadas ao longo dos anos devido à construção de barragens na Índia. Milhares de aldeias abandonadas. Milhares de modos de vida destruídos. Pessoas que perdem tudo e que nem sequer são recompensados por isso. E, quando recompensados são, dão-lhes dinheiro e mandam-nos para subúrbios de metrópoles. Pedaços de papel inúteis para quem pouco mais sabe que cultivar a terra. Para quem pouco mais sabe do que colher o que a Natureza lhe deu. Para quem aprendeu a viver com a época das monções e que sabe que, quando chove mais, pode ficar sem a colheita desse ano, mas que sabe também que pode ir buscar à floresta aquilo que necessita.
Irrita-me um pouco, confesso, esta maneira de escrever que, um pouco sem querer, acabei por recriar aqui em cima. Este tipo de escrita sentimental usado normalmente por aqueles que nos descrevem estas coisas. Mas agora compreendo-os. Percebo que seja difícil não transparecer o nosso desprezo, a nossa incompreensão, a nossa aparente impotência.
Leio também que a terra onde a Coca-Cola instalou uma fábrica na Índia secou. Parece que é preciso muita água para fazer Coca-cola. Os aldeões ficaram sem irrigação para as suas colheitas. Passado um tempo a àgua potável ficou de uma cor estranha. As mulheres da aldeia passaram a ter que andar quatro quilómetros por dia para ir buscar água. Ao que parece, a contaminação deveu-se à utilização de detritos da fábrica para a fertilização dos solos. A Coca-Cola ofereceu os detritos aos habitantes como fertilizante. A análise ao fertilizante concluiu que continha quantidades tóxicas de metais perigosos.
Fartei-me de escrever e na verdade não sei que vos diga. Leiam. É a única coisa que me ocorre. Leiam e pensem por vós próprios.
1 comentário:
Narmada.org? The ecologist.org? Sinceramente...
DRH
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