quarta-feira, fevereiro 27, 2008
terça-feira, fevereiro 26, 2008
Badu(rso) I
O título, meramente casual, acaba por se provar correcto visto que este vosso fiel abegão apenas concluiu que afinal não faz a mínima ideia de como é que se introduz um vídeo no weblog (expressão vintage)*.
*Se me fazem algum comentário a instruir como é que introduz vídeos nesta merda, juro que acabo com os comentários. Estou a falar a sério.
Badu(rso)
Numa espécie de catarse mental Foucauldiana, este weblog (expressão vintage) passará a ter som e imagem. No entanto, como estas revoluções são sempre inacabadas e limitativas, com tendência a fecharem-se em discursos hegemónicos próprios que inibem outras mudanças radicais de consciência e que acabam por enclausurar o mesmo momento libertador por elas iniciado na sua própria estrutura discursiva, este weblog (expressão vintage) apenas vai permitir dois vídeos da Erykah Badu. Sim. Dois. O primeiro porque se trata do primeiro single do novo álbum dessa deusa. O segundo porque sim (não estou com paciência para descrever ao certo o quanto a canção me entusiasma, especialmente agora que o tema de Beauvoiriano voltou a estar na agenda mediática).
sexta-feira, fevereiro 15, 2008
o vaqueiro sou eu
Este vosso fiel servo, fazendo jus ao seu estado depressivo de sexta-feira à noite, desterrado nos confins do Reino Unido, deambula pela página da margarina vaqueiro à procura de pratos novos que lhe animem os dias e aprende algo que não hesita em partilhar convosco pobre plebe. Parece que, de forma a se tornarem gente com mais estilo que aquele que o criador vos deu, poderão, quando convidarem alguém importante para jantar em vossa casa, dizer que vão servir um emincé de peru com míscaros e massa fresca em vez de, no vosso vocabulário desataviado e árido, dizerem que o jantar é bifinhos de peru com cogumelos e natas acompanhados de esparguete.
quinta-feira, fevereiro 14, 2008
Arundhati Roy
"It's possible that as a nation we've exhausted our quota of heroes for this century, but while we wait for shiny new ones to come along, we have to limit the damage. We have to support our small heroes. (Of these we have many. Many.) We have to fight specific wars in specific ways. Who knows, perhaps that's what the twenty-first century has in store for us. The dismantling of the Big. Big bombs, big dams, big ideologies, big contradictions, big countries, big wars, big heroes, big mistakes. Perhaps it will be the Century of the Small. Perhaps right now, this very minute, there's a small god up in heaven readying herself for us. Could it be? Could it possibly be? It sounds finger-licking good to me".
Arundhati Roy, "The Greater Common Good".
Arundhati Roy, "The Greater Common Good".
*?
Será justo que para que uns milhões tenham electricidade, aquecimento e água potável, mudar de lugar aqueles que vivem nessas terra há gerações? Que não só vivem nessas terras mas que vivem dessas terras? Do que elas lhes dá? Pessoas que conseguiram encontrar um equilíbrio com a natureza. Um equilíbrio que nós perdemos efectivamente com o desenvolvimento.
A verdade é que o desenvolvimento tem esse preço. É interessante o debate quanto à natureza. Como podemos entender a Natureza? Como um fim, ou como um meio? Faremos nós parte da natureza - como se de um grande sistema a terra se tratasse? Ou seremos nós algo exterior à Natureza e a Natureza algo que nós podemos utilizar para o nosso próprio desenvolvimento? E se sim, quais os limites dessa utilização?
Vêm-me à cabeça estas ideias depois de ler isto. Cinquenta e cinco milhões de pessoas deslocadas ao longo dos anos devido à construção de barragens na Índia. Milhares de aldeias abandonadas. Milhares de modos de vida destruídos. Pessoas que perdem tudo e que nem sequer são recompensados por isso. E, quando recompensados são, dão-lhes dinheiro e mandam-nos para subúrbios de metrópoles. Pedaços de papel inúteis para quem pouco mais sabe que cultivar a terra. Para quem pouco mais sabe do que colher o que a Natureza lhe deu. Para quem aprendeu a viver com a época das monções e que sabe que, quando chove mais, pode ficar sem a colheita desse ano, mas que sabe também que pode ir buscar à floresta aquilo que necessita.
Irrita-me um pouco, confesso, esta maneira de escrever que, um pouco sem querer, acabei por recriar aqui em cima. Este tipo de escrita sentimental usado normalmente por aqueles que nos descrevem estas coisas. Mas agora compreendo-os. Percebo que seja difícil não transparecer o nosso desprezo, a nossa incompreensão, a nossa aparente impotência.
Leio também que a terra onde a Coca-Cola instalou uma fábrica na Índia secou. Parece que é preciso muita água para fazer Coca-cola. Os aldeões ficaram sem irrigação para as suas colheitas. Passado um tempo a àgua potável ficou de uma cor estranha. As mulheres da aldeia passaram a ter que andar quatro quilómetros por dia para ir buscar água. Ao que parece, a contaminação deveu-se à utilização de detritos da fábrica para a fertilização dos solos. A Coca-Cola ofereceu os detritos aos habitantes como fertilizante. A análise ao fertilizante concluiu que continha quantidades tóxicas de metais perigosos.
Fartei-me de escrever e na verdade não sei que vos diga. Leiam. É a única coisa que me ocorre. Leiam e pensem por vós próprios.
A verdade é que o desenvolvimento tem esse preço. É interessante o debate quanto à natureza. Como podemos entender a Natureza? Como um fim, ou como um meio? Faremos nós parte da natureza - como se de um grande sistema a terra se tratasse? Ou seremos nós algo exterior à Natureza e a Natureza algo que nós podemos utilizar para o nosso próprio desenvolvimento? E se sim, quais os limites dessa utilização?
Vêm-me à cabeça estas ideias depois de ler isto. Cinquenta e cinco milhões de pessoas deslocadas ao longo dos anos devido à construção de barragens na Índia. Milhares de aldeias abandonadas. Milhares de modos de vida destruídos. Pessoas que perdem tudo e que nem sequer são recompensados por isso. E, quando recompensados são, dão-lhes dinheiro e mandam-nos para subúrbios de metrópoles. Pedaços de papel inúteis para quem pouco mais sabe que cultivar a terra. Para quem pouco mais sabe do que colher o que a Natureza lhe deu. Para quem aprendeu a viver com a época das monções e que sabe que, quando chove mais, pode ficar sem a colheita desse ano, mas que sabe também que pode ir buscar à floresta aquilo que necessita.
Irrita-me um pouco, confesso, esta maneira de escrever que, um pouco sem querer, acabei por recriar aqui em cima. Este tipo de escrita sentimental usado normalmente por aqueles que nos descrevem estas coisas. Mas agora compreendo-os. Percebo que seja difícil não transparecer o nosso desprezo, a nossa incompreensão, a nossa aparente impotência.
Leio também que a terra onde a Coca-Cola instalou uma fábrica na Índia secou. Parece que é preciso muita água para fazer Coca-cola. Os aldeões ficaram sem irrigação para as suas colheitas. Passado um tempo a àgua potável ficou de uma cor estranha. As mulheres da aldeia passaram a ter que andar quatro quilómetros por dia para ir buscar água. Ao que parece, a contaminação deveu-se à utilização de detritos da fábrica para a fertilização dos solos. A Coca-Cola ofereceu os detritos aos habitantes como fertilizante. A análise ao fertilizante concluiu que continha quantidades tóxicas de metais perigosos.
Fartei-me de escrever e na verdade não sei que vos diga. Leiam. É a única coisa que me ocorre. Leiam e pensem por vós próprios.
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
Daniel Day-Lewis
"...it was the Oscar-winning turn as Christy Brown in My Left Foot (1989) that won him a reputation as one of the world's foremost practitioners of the method school of acting. Throughout production, the actor remained in character as the writer with cerebral palsy, never leaving his wheelchair and being spoon-fed by the crew...This preparation, for which Day-Lewis is now notorious, has been the cause of much heated discussion - and of some public concern. He crudely tattooed his hands and trained has a real fighter, twice a day, seven days a week, for nearly three years, for The Boxer (1997). His trainer - the former world champion Barry McGuigan, no less - remarked that he could have turned professional. For In the Name of the Father (1993), he slept in an abandoned jail and ate only prision rations. For The Crucible (1996), he lived in the film set's replica village without electricity or running water and built his character's house with 17th-century tools. But it was his method work as Bill the Butcher in Scorcese's Gangs of New York (2002) that attracted most attention. He trained as a butcher, caught pneumonia while on set (having refused to change his thread-bare coat for a warmer one because it hadn't existed in the 19th century), and wandered about Rome (where Gangs was filmed) in character, fighting strangers. "I had to do my preparation', he says with a grin. 'And I will admit I went mad, totally mad".
The Independent Arts&Books Review, Friday 1, February 2008.
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