Não vos queria contar a história do Plano de Evasão do Adolfo Bioy Casares. Em primeiro lugar porque não consigo. Em segundo, porque alimento a secreta esperança que vocês confiem no meu gosto literário e que leiam o livro apenas porque eu o mencionei.
Bioy Casares é um autor interessante. Em ambos os livros que li dele (A Invenção de Morel e Plano de Evasão), estive totalmente perdido na narrativa até às últimas páginas. Chegamos às últimas quinze páginas com uma série de pontas soltas que depois são magistralmente coladas ou cosidas. Unidas sem falhas. Todo e qualquer ponto é ligado a outro. É um exercício maravilhoso.
Em Plano de Evasão as últimas quinze páginas (de onde transcrevi a citação anterior) são de uma natureza altamente filosófica. Têm-me dado que pensar. Casares fala-nos da unificação dos sentidos. Descreve a nossa existência sensorial como um processo de catalogação. Na verdade, não existiriam sentidos de um tipo ou de outro. Existe apenas um enorme fluxo sensorial - uma massa - da qual nós extraímos partes que arquivamos em compartimentos diferentes. O tacto, o gosto , a visão, o olfacto e a audição seriam portanto uma criação nossa. Há a quem as cores transmitem sentimento. Há quem veja sons nas cores. Nem todos apreenderíamos tudo através do mesmo sentido. Nem todos apreendemos. Mas é interessante pensar assim. Que tudo pode ser inteligível de outra forma. Através de outro sentido. Multiplica a experiências da vida, o que é muito agradável.
Bioy Casares é um autor interessante. Em ambos os livros que li dele (A Invenção de Morel e Plano de Evasão), estive totalmente perdido na narrativa até às últimas páginas. Chegamos às últimas quinze páginas com uma série de pontas soltas que depois são magistralmente coladas ou cosidas. Unidas sem falhas. Todo e qualquer ponto é ligado a outro. É um exercício maravilhoso.
Em Plano de Evasão as últimas quinze páginas (de onde transcrevi a citação anterior) são de uma natureza altamente filosófica. Têm-me dado que pensar. Casares fala-nos da unificação dos sentidos. Descreve a nossa existência sensorial como um processo de catalogação. Na verdade, não existiriam sentidos de um tipo ou de outro. Existe apenas um enorme fluxo sensorial - uma massa - da qual nós extraímos partes que arquivamos em compartimentos diferentes. O tacto, o gosto , a visão, o olfacto e a audição seriam portanto uma criação nossa. Há a quem as cores transmitem sentimento. Há quem veja sons nas cores. Nem todos apreenderíamos tudo através do mesmo sentido. Nem todos apreendemos. Mas é interessante pensar assim. Que tudo pode ser inteligível de outra forma. Através de outro sentido. Multiplica a experiências da vida, o que é muito agradável.
1 comentário:
De facto há coisas que nos rodeiam que nem fazemos ideias donde nem como surgem. Diria que até morrer vamos descobrindo coisas que nunca pensámos sequer que existissem.
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